Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Em guerra com a imprensa, Bolsonaro diz que já colaborou com jornal de SP

Presidente eleito elaborou palavras cruzadas em 1971 e usou o fato para criticar o Ministério da Educação

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante transmissão nas redes sociais
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante transmissão nas redes sociais - Reprodução
São Paulo

Protagonista de polêmicas com a imprensa —incluindo a Folha—, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contou em transmissão ao vivo nas redes sociais que colaborou com o jornal O Estado de S. Paulo durante a juventude.

“Hoje [sexta, 9] o jornal O Estado de S. Paulo me entrevistou. Eu fiz 21 palavras cruzadas para o Estado de S. Paulo em 1971, quando tinha 16 anos de idade.”

Em 14 de dezembro de 1971 uma foto do acervo do jornal mostra um conjunto de palavras cruzadas assinado por "Jair M. Bolsonaro", de Eldorado Paulista (SP) —cidade na região do Vale do Ribeira onde viveu antes de seguir carreira militar.

“Nós tínhamos iniciativa, eu tive iniciativa de ser colaborador do jornal O Estado de S. Paulo, fazendo palavras cruzadas, motivo de orgulho para minha família quando o meu nome saía no jornal”, disse o capitão reformado.

Apesar de exaltar a experiência como colaborador na juventude, a relação de Bolsonaro com a imprensa tem sido tensa, com direito a veto a meios de comunicação em coletiva após eleito, incluindo a Folha.

Ainda em relação à Folha, Bolsonaro já se referiu ao jornal como “maior fake news do Brasil” e disse que “o jornal se acabou” em entrevista ao vivo no Jornal Nacional, da Globo.

Após citar a experiência como colaborador do jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro afirmou que era um aluno exemplar na escola e complementou seus estudos com cursos de português e eletricidade à distância, por meio do Instituto Universal Brasileiro. E se colocou como um exemplo de que, naquele tempo, a educação era diferente e mais eficaz.

“E consegui ter sucesso. E assim tem de ser nosso ensino. O pai tem de ter a garantia e tranquilidade de que quando o filho vai para a escola não é para aprender a fazer sexo não, ô pessoalzinho do Ministério da Educação”.

Na mesma transmissão, o capitão fez duras críticas ao Ministério da Educação e ao Enem (Exame nacional do Ensino Médio) por questões que citavam gírias do público LGBT no enunciado. Ele afirmou que, em 2019, “vai tomar conhecimento da prova antes” para evitá-las no próximo exame.

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