Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Sob ameaça de Bolsonaro, EBC abre demissão voluntária

Governo informa que novo programa de desligamentos é negociado há dois meses

Reynaldo Turollo Jr. Gustavo Uribe
Brasília

A EBC (Empresa Brasil de Comunicação), empresa pública federal responsável pela Agência Brasil, a TV Brasil e a Rádio Nacional, entre outros veículos, informou a seus funcionários nesta sexta (23) que abrirá uma segunda rodada de adesões ao Plano de Demissão Voluntária (PDV).

O novo PDV é efetivado em um momento em que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e membros de seu futuro governo ameaçam extinguir estruturas da empresa, como a TV Brasil, o que já tem gerado reação de funcionários.

O objetivo, segundo o comunicado enviado aos trabalhadores por email, é “readequação da estrutura organizacional da EBC, redimensionamento da força de trabalho e redução de custos”. O programa de demissões será aberto na próxima terça (27).

Segundo integrantes do governo, o PDV foi definido há cerca de dois meses e autorizado pelo Ministério do Planejamento, em uma tentativa de enxugar o quadro de funcionários. O ex-presidente da empresa Laerte Rímoli definiu a EBC, em dezembro passado, como um “mastodonte”.

O jornalista Laerte Rímoli, ex-presidente da EBC
O jornalista Laerte Rímoli, ex-presidente da EBC - Marcello Casal Jr. - 20.mai.16/Agência Brasil

“Diferentemente do primeiro PDV, iniciado em dezembro de 2017, neste todos os empregados do quadro da empresa poderão aderir, independentemente de idade ou tempo de casa”, informou a direção da EBC, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República.

A empresa tem hoje 2.282 funcionários. Na primeira rodada, 96 funcionários aderiram, porque havia restrição de idade —o interessado precisava ter no mínimo 53 anos. O governo separou R$ 80 milhões para bancar o PDV deste ano.

O comunicado informa, que, “como incentivo financeiro, os empregados que aderirem vão receber valor referente a 24 salários mensais, limitado ao valor máximo mensal de R$ 9.800 (teto de R$ 235.200)”, além de um incentivo social que não pode ultrapassar R$ 300 mil.

Em 2017, segundo o então presidente, a empresa teve um custo de R$ 680 milhões, sendo que R$ 350 milhões eram gastos em salários. A intenção do futuro governo é cortar o valor total para pelo menos a metade. A ideia é manter a NBR (agência oficial do governo), a Rádio Nacional e a Voz do Brasil.

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