Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

'Quero ser amigo da imprensa, mas fica difícil', diz Bolsonaro em transmissão

Presidente se queixou de reportagem da revista Veja e mostrou apoio a líder do governo questionado por outros deputados

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São Paulo

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou em sua transmissão semanal nas redes sociais nesta quinta-feira (11) que tenta ser amigo da imprensa, mas voltou a se queixar de notícias sobre seu governo.

“Quero ser amigo da imprensa, mas fica difícil. Todo dia são três ou quatro fake news”, afirmou na live que contou com a presença do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara que vem sendo alvo de ataques de aliados do presidente.

Ao criticar a imprensa, Bolsonaro se referiu a uma reportagem publicada pela revista Veja que apontou desinteresse do presidente durante as reuniões com parlamentares, recorrendo a computadores e outras distrações e deixando as conversas a cargo do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) em sua live semanal, ao lado do porta-voz, general Rêgo Barros, e do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO)
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) em sua live semanal, ao lado do porta-voz, general Rêgo Barros (e), e do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO) - Reprodução/Facebook

“Não existe nenhum computador em minha sala de reunião. Em todos os momentos estive presente nas reuniões. Tratei todos com bastante dignidade, atenção, em reuniões nas quais foi tratado de política com P maiúsculo”, disse na transmissão desta semana, feita após 100 dias de mandato e que teve ainda a participação do porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros.

Antes consultor legislativo quando Bolsonaro era deputado, Vitor Hugo frequenta assiduamente o Palácio do Planalto e foi elogiado pelo presidente. No entanto, é alvo de questionamentos de outros parlamentares, inclusive do próprio PSL, que o consideram inexperiente e até articulam para sua saída da liderança do governo

Bolsonaro afirmou que Vitor Hugo atuou com a Advocacia-Geral da União para flexibilizar a interpretação sobre emendas individuais de parlamentares para municípios –que, segundo o presidente, contribuem para reforçar os cofres das prefeituras.

Vitor Hugo teve espaço especialmente para comentar a participação da bancada goiana —de 17 deputados, incluindo ele, e mais três senadores— nas conversas com outras instâncias de governo e organismos públicos para viabilizar as obras da ferrovia, que cortará o estado de norte a sul.

"É um exemplo de interação entre os três Poderes, discutindo para prover o Brasil de uma política pública eficiente".

O presidente disse ainda que outros parlamentares devem recorrer a Vitor Hugo para apresentação de demandas direcionadas ao governo. Também encarregou o deputado de cuidar para que assuntos de interesse do governo sejam aprovados pela Câmara, como o acordo com os Estados Unidos que permite o uso comercial da base de Alcântara (MA).

Em relação aos cem dias de governo, completados na quarta (10), Bolsonaro falou do "revogaço" —uma das 18 medidas anunciadas por ele nesta quinta— e os conselhos que pretende extinguir com a medida. Ele citou como exemplo uma reunião de indígenas prevista para a próxima semana em Brasília.

Também prometeu avançar em medidas que flexibilizem o porte de armas, como um decreto que deve sair na próxima semana voltado aos CACs (colecionadores, atiradores, desportistas e caçadores)

 "Vai ter um encontrão de índios agora, semana que vem. Tá sendo previsto (sic.) 10 mil índios aqui em Brasília. E quem vai pagar a conta dos 10 mil índios que vem para cá? É você [contribuinte]. Queremos o melhor para o índio brasileiro, que é tão ser humano quanto qualquer um de nós que está na sua frente aqui. Mas essa farra vai deixar de existir no nosso governo."

Na área internacional, Bolsonaro voltou a destacar parcerias e alinhamento diplomático com Israel. Ele afirmou ainda que seu governo pôs fim ao "voto de cabresto" ao se referir à participação do Brasil nas votações do Conselho de Direitos Humanos na ONU.

Em contraposição, o presidente citou encontro com embaixadores árabes, na última quarta, para afirmar que o Brasil nada tem contra nações de maioria árabe ou islâmica. "Não existe essa que sou contra determinados países, o Brasil quer fazer negócios com todo o mundo."




 

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