Moro nega perseguição a jornalista após vazamento de mensagens da Lava Jato

Questionado, ministro evitou confirmar informação de que PF estaria investigando atividades financeiras de profissional do Intercept

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Brasília

O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou nesta terça (2) que não há perseguição a jornalista e evitou confirmar a informação de que a Polícia Federal estaria investigando as atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil.

O site O Antagonista noticiou nesta terça que a PF pediu ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), vinculado ao Ministério da Fazenda, informações sobre Greenwald.

O Intercept tem publicado reportagens sobre mensagens atribuídas a Moro e à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O deputado Boca Aberta (PROS-PR) entrega um troféu ao ministro Sergio Moro durante depoimento prestado na Câmara dos Deputados
O deputado Boca Aberta (PROS-PR) entrega um troféu ao ministro Sergio Moro durante depoimento prestado na Câmara dos Deputados - Pedro Ladeira/Folhapress

"A questão da investigação está com a Polícia Federal. Não há qualquer perseguição a jornalista e qualquer questionamento a esse respeito tem que ser feito à PF. Respeitamos a liberdade de imprensa", disse o ministro, ao ser questionado, em audiência na Câmara dos Deputados, sobre o suposto pedido da PF ao Coaf.

Procurada pela Folha, a PF, que investiga a possível ação de hackers no episódio das mensagens, disse que não confirma a informação.

O Coaf informou, por sua vez, que não comenta casos específicos em função do sigilo fiscal e bancário a que está submetido.

"Além disso, não é função do Coaf realizar investigações, o que faz é encaminhar às autoridades competentes de investigação –geralmente Ministério Publico e/ou Polícia Federal– informações sobre movimentações financeiras atípicas. O Coaf também esclarece que não tem conhecimento de nenhum pedido por parte da Polícia Federal", disse, em nota.

Ao comentar a informação em rede social, Glenn Greenwald criticou Moro.

"Vai e 'investiga' tudo o que quiser. Grupos de liberdade de imprensa em todo o mundo terão muito a dizer sobre isso. Enquanto você usa táticas tirânicas, eu continuarei reportando junto com muitos outros jornalistas de muitos outros jornais e revistas", disse.

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