A Polícia Federal faz nesta segunda (21) operação contra um suposto esquema de pagamento de propinas ao deputado federal Sergio Souza (MDB-PR) por um grupo suspeito de fraudar fundos de pensão.
Souza foi relator da CPI (comissão parlamentar de inquérito) aberta pelo Congresso para investigar ilegalidades nessas entidades.
Os agentes estão cumprindo 18 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O gabinete do congressista na Câmara é um dos alvos.
A investigação foi instaurada em 2018, com base nas delação premiada do corretor Lúcio Bolonha Funaro, operador de esquemas de corrupção do MDB.
Segundo a PF, o grupo desviava recursos de fundos de pensão e os remetia para empresas de fachada nos Estados Unidos.
“Com a confirmação do recebimento de valores em contas indicadas no exterior, operadores disponibilizavam recursos em espécie no Brasil, a fim de que fossem entregues em endereços vinculados a supostos intermediários do parlamentar federal, tanto em residências em Brasília como em hotéis em São Paulo”, informou a PF.
Também está entre os investigados o lobista Milton Lyra, ligado ao MDB.
Cerca de 100 policiais estão cumprindo os mandados, que têm como alvos autoridades públicas, beneficiários dos recursos, operadores financeiros, um advogado e empresários que teriam pago vantagens indevidas a Souza. A operação foi batizada de Grand Bazaar.
O deputado não foi encontrado pela PF, pois estaria na Ásia.
Em nota, Souza afirmou ter sido "tomado de surpresa em relação à operação". Ele se disse tranquilo e ressaltou que "se coloca inteiramente à disposição da Justiça para elucidar qualquer fato que seja necessário".
O congressista acrescentou que, como relator da CPI dos Fundos de Pensão, "trabalhou com afinco para produzir resultados efetivos" e que o texto final aprovado levou a diversas ações da Polícia Federal, entre elas a Operação Greenfield.
"A partir deste trabalho parlamentar, foram identificados desvios bilionários dos fundos de pensão e proposto o indiciamento de mais de 300 pessoas físicas e jurídicas."
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