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Eleição em Belém tem PT vice do PSOL e tucanos coadjuvantes após revés de ex-governador

Simão Jatene teve contas de 2018 reprovadas pela Assembleia do Pará e não tentará sucessão do colega de PSDB Zenaldo Coutinho

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Timóteo Lopes
Belém

O cenário político para as eleições em Belém é de incerteza e rachas partidários para definir quem será o sucessor do atual prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB). Nome forte do clã tucano, o ex-governador Simão Jatene está fora da disputa depois de ter as contas do exercício 2018 reprovadas.

Até esta semana, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), não havia deixado claro quem apoiaria. Na última quarta-feira (16), ele participou da convenção do seu partido que lançou a candidatura de seu primo de segundo grau, o deputado federal José Priante.

Com as convenções finalizadas, devem ganhar projeção candidatos tanto da esquerda, caso do ex-prefeito de Belém e atual deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), como os mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), caso do deputado estadual Gustavo Sefer (PSD).

Homem grisalho de terno e gravata sentado com papeis na mão discursa ao microfone
O deputado federal e ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) é novamente candidato à prefeitura da capital paraense - Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O PT não lançou candidato a prefeito, mas o ex-deputado estadual petista Edilson Moura sairá como vice na chapa com Rodrigues.

Já o PSDB do atual prefeito também sairá como vice. Marinalva Muniz da Silva, que trabalha na gestão Coutinho, faz parte da chapa encabeçada pelo deputado estadual Tiago Araújo (Cidadania). Aos 27 anos, ele é o mais jovem deputado no estado e está no segundo mandato.

No início deste mês, Simão Jatene sofreu uma derrota na Assembleia Legislativa paraense. Por 34 votos a 6, deputados reprovaram a prestação de contas da gestão do ex-governador tucano em 2018, e o tornaram inelegível por oito anos.

O relator foi o deputado Wanderlan Quaresma (MDB), aliado de Barbalho.

Jatene diz que irá recorrer à Justiça, mas que desistiu de ser candidato. "A razão foi uma motivação política para tentar criar um embaraço não só nestas eleições, mas sobretudo em eleições futuras para o governo", disse. "Deixamos em caixa mais de R$ 300 milhões. Eu jamais disputaria a eleição sub judice."

Deputado federal pelo PSOL, Edmilson Rodrigues foi reeleito em 2018 como o mais votado no Pará. O ex-prefeito já governou a capital paraense por dois mandatos consecutivos —de 1997 a 2004— e contará hoje com apoio do PT, seu partido à época. Em seis capitais, petistas e psolistas já fecharam acordo de aliança inédito no primeiro turno para chapa majoritária.

Mesmo sem apoio oficial de Bolsonaro, que afirmou que não apoiaria candidatos no primeiro turno das eleições, Sefer deve ser o nome mais alinhado ao presidente.

Também confirmaram candidatura a prefeito o deputado federal Cássio Andrade (PSB), o ex-vereador e operário Cléber Rabelo (PSTU), o ex-delegado federal Everaldo Eguchi (Patriota), o pastor Guilherme Lessa (PTC), o ex-senador Mário Couto (PRTB) e o pastor e deputado federal Vavá Martins (Republicanos).

Além das crises sanitária e econômica provocadas pela pandemia da Covid-19, o novo prefeito de Belém deverá herdar problemas antigos, como a precariedade do saneamento básico e os altos índices de violência.

A mobilidade urbana é outro desafio. As obras do BRT, por exemplo, começaram em 2011, na segunda gestão de Duciomar Costa (PTB). A conclusão do corredor viário estava prevista para ocorrer em 18 meses, mas já se arrasta por quase uma década.

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