Criticado por postura na pandemia, Bolsonaro faz passeio de motocicleta em Brasília

Sob pressão por pedidos de impeachment, presidente intensificou articulação para eleger o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), para o comando da Câmara

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Brasília

Sob críticas sobre sua postura no combate à pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passeou de motocicleta neste domingo (24) na capital federal.

Na companhia de seguranças, o presidente dirigiu por cerca de uma hora. No trajeto, ele chegou a parar em uma banca de frutas, mas logo subiu de volta no veículo com a chegada da imprensa.

O passeio ocorre no momento em que partidos de oposição e entidades da sociedade civil defendem a instauração de um processo de impeachment diante do discurso negacionista do presidente.

Presidente Jair Bolsonaro passeia de motocicleta neste domingo (24), em Brasília (DF)
Presidente Jair Bolsonaro passeia de motocicleta neste domingo (24), em Brasília (DF) - Wagner Pires/Futura Press/Folhapress

Para tentar evitar a abertura de um procedimento , Bolsonaro intensificou a articulação nos últimos dias pela eleição do líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), para o comando da Câmara dos Deputados.

O líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), por exemplo, foi escalado para ajudar Lira na tentativa de virar votos hoje a favor do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), candidato do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Acuado, o Palácio do Planalto resolveu ajustar o discurso para evitar uma piora do cenário e começou, sob a orientação do ministro Fábio Faria (Comunicação), a implementar um plano de comunicação.

A reação tem sido divulgar todos dias iniciativas do Poder Executivo de combate à pandemia, em um esforço para rebater discurso de partidos de oposição de que o Poder Executivo tem sido negligente.

Como parte da estratégia, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi enviado no sábado (23) a Manaus sem "voo de volta", como definiu a pasta.

A viagem, sugerida pelo Palácio do Planalto, ocorreu no mesmo dia em que a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) pra investigar o ministro sobre a crise em Manaus.

A solicitação aumentou a pressão, sobretudo entre integrantes da cúpula militar, para que o general da ativa do Exército deixe o comando da Saúde para não prejudicar a imagem das Forças Armadas.

Apesar de estar incomodado com a postura do ministro, o presidente Jair Bolsonaro tem afirmado que, por enquanto, não pretende trocar Pazuello.

No pedido feito ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, ressaltou que, em relação à crise enfrentada por Manaus, Pazuello tem "dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados".

Ele observou ainda que uma eventual omissão seria passível de responsabilização cível, administrativa ou criminal.

"Mostra-se necessário o aprofundamento das investigações a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial', disse.​

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