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Vídeo de 2018 com acusações falsas ao Datafolha volta a circular nas redes

Não é verdade que pesquisador se recusou a entrevistar jovem por ele ser eleitor de Bolsonaro

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São Paulo

Voltou a circular nas redes sociais, após pesquisa Datafolha divulgada na última quarta (12), um vídeo de 2018 em que um homem acusa falsamente o instituto de não entrevistá-lo por ser eleitor de Jair Bolsonaro.

A pessoa vista nas imagens se ofereceu para participar do levantamento. Este gesto fez a entrevista ser cancelada. É um procedimento padrão em levantamentos sobre opinião pública: o pesquisador não deve ouvir quem se oferece para ser entrevistado.​

"Pesquisadores do Datafolha têm como regra fundamental não entrevistar quem se oferece. Só podem falar com pessoas que estiverem dentro de gênero e faixas etárias pré-determinadas pelo instituto", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.

“A premissa de qualquer pesquisa baseada na ciência estatística é que o entrevistado precisa ser ‘sorteado’”, afirma o instituto.

A gravação foi feita em 27 de outubro de 2018, em Niterói, no Rio de Janeiro, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, que era disputada entre Bolsonaro (à época no PSL, hoje sem partido) e Fernando Haddad (PT).

As cenas mostram um rapaz que filma um pesquisador e diz “eu quero fazer pesquisa e não posso porque sou eleitor do Bolsonaro! Aí vem me dizer que o Bolsonaro tá caindo e que o PT está subindo!”.

Na ocasião em que o vídeo foi feito, os levantamentos mostravam Bolsonaro à frente na corrida eleitoral, mas com uma margem que encolhia frente ao crescimento do candidato petista.

Na última quarta, o Datafolha divulgou seu primeiro levantamento de olho nas eleições de 2022, que mostram Lula com 55% das intenções de voto, frente a 32% de Bolsonaro, em um eventual segundo turno. Desde então, o instituto vem recebendo ataques de bolsonaristas que desacreditam os dados.

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foi uma das pessoas que compartilhou o vídeo.

Reprodução de tweet compartilhado pelo pastor Silas Malafaia com vídeo de 2018 com acusações falsas ao Datafolha
Reprodução de tweet compartilhado pelo pastor Silas Malafaia com vídeo de 2018 com acusações falsas ao Datafolha - @PastorMalafaia no Twitter

No caso de pesquisas eleitorais, os sorteios acontecem em três níveis. “Primeiro dividimos os municípios por porte e depois os sorteamos; na sequência, sorteamos os pontos onde serão feitos as entrevistas”, diz o instituto. “A terceira fase desse sorteio é justamente a escolha do entrevistado”.

O Datafolha tem cerca de 60 mil pontos de entrevistas registrados no Brasil, que reúnem dados sobre o fluxo de pessoas, perfil sociodemográfico e outras informações básicas para realizar uma pesquisa de opinião.

Os pesquisadores são orientados a levantar a cabeça e abordar a primeira pessoa que estiver transitando em sua frente, ou seja, uma escolha aleatória. Se houver recusa, ele prossegue até conseguir abordar outro entrevistado.

Além disso, os pesquisadores saem a campo com cotas de sexo e idade a cumprir. O procedimento tem como objetivo garantir que a amostra represente da melhor forma possível o perfil da população brasileira, compatível com dados do censo populacional e do eleitorado, conforme dados da Justiça Eleitoral.

“Para se certificar que estes procedimentos são seguidos, o Datafolha conta com equipes de checagem nas ruas e checagem eletrônica”, acrescenta o instituto.

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