Vice na chapa de Lula em 1989, ex-senador José Paulo Bisol morre aos 92 anos

Ele era desembargador aposentado e foi secretário de Justiça do RS

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Rio de Janeiro

O ex-senador José Paulo Bisol morreu na manhã deste sábado (26) aos 92 anos em Porto Alegre (RS), vítima de falência orgânica múltipla.

Ele havia sido transferido para o CTI do hospital Moinhos de Vento no dia 31 de maio, após um infarto. Bisol sofria de insuficiência renal crônica e teve suas condições agravadas por choque cardiogênico e séptico.

José Paulo Bisol, em seu gabinete em Porto Alegre - Caio Guatelli - 8.jun.2000/Folhapress

Bisol era desembargador aposentado, ex-senador pelo Rio Grande do Sul (1987-1995), ex-deputado estadual (1983-1987) e ex-secretário de Justiça do RS (1999-2002).

Em 2009, recebeu a medalha do Mérito Farroupilha, mais alta honraria concedida pelo parlamento gaúcho.

Então no PSB, Bisol foi vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 1989.

Bisol nasceu em Porto Alegre, em 22 de outubro de 1928. Ele deixa a esposa, Vera Lúcia Zanette, três filhos, Tula, Ricardo e Jairo, nove netos e um bisneto.

Após o final da sua gestão na Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul, em 2003, Bisol deixou a política institucional.

Segundo o Cpdoc da FGV, o ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra e Bisol foram acusados de proteger o jogo do bicho pelo relatório da CPI da Segurança Pública no Estado instalada na Assembleia Legislativa gaúcha. As denúncias, porém, foram arquivadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 2002.

Em nota, Lula lamentou a morte de Bisol, a quem se referiu como um “homem público ético”, defensor dos direitos humanos e da democracia.

“A campanha de 1989 foi a primeira da Nova República e de uma geração de brasileiros que podiam finalmente escolher seu presidente, e foi certamente a mais emocionante da minha vida. E Bisol foi o melhor companheiro que eu poderia ter naquela jornada”, diz o texto.

Em entrevista à BBC em 2018, Bisol afirmou que acreditava que um retorno político de Lula após a prisão na Lava Jato seria difícil.

"Dificilmente Lula resistirá no sentido de uma volta política”, afirmou.

Ao mesmo tempo, porém, questionado sobre o que diria ao ex-presidente caso o encontrasse, Bisol respondeu: "Diria a ele que pode contar comigo até o fim”.

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