Descrição de chapéu Eleições 2022

Bolsonaro usa nova gafe de Lula para atacá-lo em ato no interior de SP

Presidente repete tom de ameaças, cita 'povo armado' e diz que, 'se precisar lutar contra essa quadrilha, nós lutaremos'

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Campinas

O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou uma nova gafe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atacá-lo em discurso na manhã deste sábado em Campinas (SP).

"Sou caipira, sou capiau do interior, mas não sou ignorante como esse ladrão", disse o presidente em comício no centro da cidade, diante de milhares de apoiadores.

Na última quinta-feira, Lula se referiu a Bolsonaro, seu principal adversário na corrida eleitoral, como "ignorante" e associou esse termo ao "capiau do interior de São Paulo", em mais um deslize do petista na campanha eleitoral.

As declarações de Lula foram dadas em sabatina com o apresentador Ratinho, no SBT, num momento em que Lula criticava o atraso do governo Bolsonaro na compra de vacinas da Covid-19.

Antes do evento, locutores reforçaram bastante as críticas a Lula pela fala.

O presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes em Campinas (SP)
O presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes em Campinas (SP) - Rubens Cavallari/Folhapress

Neste sábado, ao atacar Lula, Bolsonaro repetiu: "Se precisar lutar contra essa quadrilha nós lutaremos", completando em seguida que "povo armado jamais será escravizado".

Bolsonaro argumentou que não há uma escolha difícil entre Lula, a quem chamava de ladrão, e ele. "Do lado de cá uma pessoa que defende a família, do lado de lá um ladrão que diz que os valores familiares é um retrocesso", disse.

Ele afirmou que Lula é favor de legalizar drogas, aborto e que quer valorizar o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

Bolsonaro também atacou o ex-governador Geraldo Alckmin, vice de Lula. "Do meu lado na minha chapa dois militares soldados do Brasil. Do lado de lá dois ladrões, um roubou o Brasil e o outro roubou merenda".

Na fala, apesar dos escândalos recentes que atingiram sua família, como a compra de imóveis em dinheiro vivo, Bolsonaro disse que não é chamado de corrupto. "Completamos três anos e oito meses sem corrupção no Brasil. Acusam-me de tudo, mas não me chamam de corrupto."

Antes do evento, Bolsonaro participou de uma motociata. Ao chegar ao local do evento, no centro de Campinas, o presidente passou em um corredor cumprimentando o público.

Antes do comício, locutores repetiram diversos bordões bolsonaristas, como de que o presidente é imbrochável e de que o público seria da "cuscuz clã", além de repetir que Bolsonaro venceria no primeiro turno.

Pesquisa do Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (22) mostra que o ex-presidente ampliou sua vantagem para 14 pontos, aumentando as chances de a disputa encerrar no primeiro turno. Lula tem 47% das intenções de voto, contra 33% de Bolsonaro.

O presidente estava acompanhado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao Governo de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro.

Em seu discurso, Tarcísio investiu num discurso ideológico, em que disse que Jair Bolsonaro foi o melhor presidente do país e se posicionou contra o aborto e a "ideologia de gênero".

"Vamos ser o governo que vai defender a família, que vai se posicionar contra o aborto", disse.

Ao lado de Bolsonaro, ele o definiu como "o maior presidente de todos os tempos". "Nós vencemos a corrupção que desgraçou o Brasil", disse. "O Brasil está crescendo, o Brasil está criando emprego".

Na reta final da campanha ao governo, Tarcísio deve focar em colar a sua imagem à de Bolsonaro, na tentativa de garantir uma vaga no segundo turno contra Fernando Haddad (PT). Por isso, ele, que vinha adotando uma espécie de bolsonarismo menos radical, focou nos temas ideológicos que agradam o núcleo duro de apoiadores do presidente.

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