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Datafolha: Campanha de Lula vê resiliência a fake news, e Bolsonaro celebra Sudeste

Petistas avaliam que têm conseguido barrar impacto de ataques; bolsonaristas comemoram oscilações positivas

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Brasília

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhece com apreensão a disputa acirrada no segundo turno, mas avalia que a pesquisa Datafolha desta quarta-feira (19) aponta um cenário de estabilidade que mostra resiliência do petista diante do que aliados consideram um bombardeio de fake news.

Assessores do presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, insistem na estratégia de não comentar os levantamentos —parte da ofensiva contra os institutos de pesquisa—, mas reservadamente comemoram dados do Datafolha que, segundo eles, coincidem com levantamentos internos: oscilações positivas no Sudeste (região com o maior número de eleitores no país) e no Nordeste, bastião de Lula.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante debate - Rahel Patrasso -17.out.2022/Xinhua

Os petistas falam em um incremento na quantidade de notícias falsas e ataques disparados contra Lula na reta final da eleição, mas dizem que elas não estão surtindo efeito expressivo nos apoios eleitorais. Caso contrário, dizem, Bolsonaro teria avançado mais nas pesquisas.

A 11 dias do segundo turno, Lula segue à frente do atual chefe do Executivo, marcando 49% dos votos totais, ante 45% do rival. Brancos e nulos somam 4% e indecisos, 1%.

Na pesquisa realizada na semana passada, o petista marcava 49% dos votos totais e o atual presidente, 44%. Brancos e nulos eram 5% e indecisos, 1%. Hoje, com a margem de erro de dois pontos, Lula pode ter de 47% a 51% dos votos totais, enquanto o presidente pode marcar de 43% a 47%.

A oscilação favoreceu o atual presidente. Lula e Bolsonaro estão assim no limite máximo para um empate técnico pela primeira vez nesta disputa, mas tal cenário é considerado estatisticamente improvável neste momento pelo Datafolha.

O deputado José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha de Lula, destaca que 94% dos eleitores afirmaram ao instituto que não mudam mais o voto.

"Vamos continuar um trabalho para ganhar a eleição com uma diferença de quatro a seis pontos, que é o que está dentro do nosso prognóstico", diz.

Guimarães também usa o dado relativo à rejeição de Bolsonaro, que está em 50%, e avalia que isso é impeditivo para vitória de Bolsonaro. A rejeição de Lula está em 47%, segundo o Datafolha.

Na semana decisiva, o objetivo de Lula é tentar diminuir a margem de vantagem de Bolsonaro em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além disso, querem barrar a ofensiva bolsonarista em Minas Gerais, onde o atual presidente e aliados —principalmente o governador Romeu Zema (Novo)— têm mobilizado prefeitos.

O clima entre auxiliares de Lula é de apreensão, principalmente com os últimos dias da campanha. Apesar disso, eles se dizem otimistas que Lula tem mostrado resistência e, portanto, em condições de administrar a vantagem para confirmar a vitória em 30 de outubro.

Do lado de Bolsonaro, aliados seguem com a estratégia de desacreditar os institutos de pesquisa. A base bolsonarista lidera uma articulação no Congresso que inclui a abertura de CPI contra empresas que fazem levantamentos e a criminalização de institutos.

Quando os números do Datafolha foram publicados, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, publicou no Twitter uma imagem de explosão com as palavras "tic-tac" —ele tem utilizado a expressão para se referir à eventual vitória do mandatário.

Interlocutores de Bolsonaro dizem que pesquisas encomendadas pela campanha mostram Bolsonaro à frente de Lula. No entanto, esses levantamentos são internos e não são registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o que dificulta a conferência dos números.

Apesar disso, eles comemoram algumas informações destacadas no Datafolha. A primeira delas, a oscilação positiva de Bolsonaro no Sudeste, região priorizada pela campanha em viagens.

O presidente passou de 48% na semana passada para 50% agora, enquanto o petista oscilou de 44% para 43%.

O Datafolha também captou uma oscilação positiva de Bolsonaro no Nordeste, ainda que o ex-presidente mantenha com folga sua liderança.

Na segunda região mais populosa do país, o petista saiu de 68% para 67%, enquanto o presidente foi de 27% para 29%.

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