Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro tira fotos com apoiadores e almoça fast food nos EUA em último dia como presidente

Casa de ex-lutador de MMA ficou cercada de seguranças e cobriu área de lazer com tela para receber Bolsonaro

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Kissimmee (Flórida)

Hospedado na região de Orlando, próximo aos parques da Disney, nos Estados Unidos, Jair Bolsonaro (PL) passou seu último dia como presidente do Brasil tirando fotos com as dezenas de apoiadores que foram vê-lo na cidade.

Bolsonaro deixou o Brasil na sexta (30) e, rompendo uma tradição democrática, não passará a faixa para Lula (PT), que tomará posse na Presidência neste domingo (1º).

 então presidente Jair Bolsonaro recebe apoiadores em condomínio na Flórida, EUA
Jair Bolsonaro recebe apoiadores em condomínio na Flórida (EUA) - Thiago Amâncio/Folhapress

O presidente hospedou-se em um condomínio fechado na cidade de Kissimmee, na grande Orlando, a poucos minutos dos parques da Disney. A casa, com oito quartos, que pertence ao ex-lutador de MMA José Aldo, pode ser alugada em uma plataforma pela internet por US$ 519 (cerca de R$ 2.750) a diária. Segundo seguranças, o lutador não estava no local.

Bolsonaro chegou ao condomínio na noite de sexta e falou brevemente com os poucos apoiadores que o aguardavam. Neste sábado, porém, a notícia da hospedagem se espalhou e dezenas de pessoas se aglomeravam ao longo de todo o dia, aos gritos de "mito", "melhor presidente do Brasil" e "Lula ladrão", entre outros. Ele chegou a dar uma volta pelo quarteirão, cercado de seguranças, e passou a maior parte do período dentro de casa, saindo ocasionalmente sempre que os apoiadores gritavam por seu nome.

Não chegou a responder perguntas nas interações com apoiadores nem fez discursos, limitando-se a tirar fotos e a dar autógrafos.

Por volta das 13h, deixou o condomínio em um carro e foi almoçar na rede de fast food KFC, onde comeu frango frito.

Os apoiadores viajaram de diferentes partes dos Estados Unidos para vê-lo, como o caminhoneiro Marc Diamond, 23, que mora no país há quatro anos, que conta que dirigiu duas horas da cidade de Alachua. Ex-militar da Marinha americana, Diamond, filho de pai americano, afirma que simpatiza com Bolsonaro sobretudo pela defesa do porte de armas. Ele diz que o vice, Hamilton Mourão, que ficou no Brasil, deveria dar um golpe e não passar a Presidência para Lula. "Quando um político tenta tirar seu armamento, está tentando tirar seu poder. É isso o que não podemos deixar acontecer no Brasil", afirma.

O acesso ao condomínio onde Bolsonaro se hospedou tinha pouca segurança e é possível chegar à casa caminhando pela calçada sem passar por qualquer barreira, ainda que a casa em si estivesse cercada por seguranças. Como as outras casas do condomínio, o imóvel de José Aldo tem uma área de lazer dos fundos, com piscina, mas o espaço foi coberto com uma tela durante a visita de Bolsonaro.

Casa em condomínio na região de Orlando, nos EUA, onde Jair Bolsonaro se hospedou neste final de 2022 - Thiago Amâncio/Folhapress

A movimentação chamou a atenção de americanos no condomínio, que demoravam a acreditar que havia um presidente na cidade. Pouco após as 15h do horário local (17h em Brasília), seguranças e funcionários do condomínio pediram que os apoiadores deixassem o local.

Havia a possibilidade de que Bolsonaro fosse ao resort do ex-presidente americano Donald Trump em Palm Beach, Mar-a-Lago, na região de Miami, para a virada do ano. Neste sábado, ele afirmou a apoiadores que ainda não estava decidido sobre a viagem.

É praxe que o presidente que deixa o poder passe para o sucessor a faixa presidencial. Bolsonaro, porém, já vinha falando a interlocutores desde que perdeu as eleições que não pretendia cumprir o rito democrático.

Bolsonaro viajou em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e, antes, fez uma live de despedida.

Na transmissão, condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília, criticou a montagem do governo Lula (PT), repetiu o discurso de perseguido, ensaiou uma fala como líder da oposição e defendeu os atos antidemocráticos pelo país.

"É um governo que começa capenga", disse Bolsonaro sobre a gestão petista que se inicia neste domingo (1º). O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula, o que vinha evitando em sua reclusão após a derrota de outubro.

"Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes." Ainda sobre o Lula 3, disse que "nada está perdido" e que o "Brasil não vai se acabar nesse 1º de janeiro". "O Brasil não sucumbirá, acreditem em vocês", afirmou o presidente. "Perde-se batalha, mas não perderemos a guerra."

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