Lira aciona polícia e diz que vai processar Felipe Neto após ser chamado de 'excrementíssimo'

Influenciador deu declaração durante participação em simpósio sobre regulação das redes sociais

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Brasília

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira (25) que vai processar Felipe Neto após o influenciador se referir ao deputado como "excrementíssimo" nesta semana.

As declarações de Neto ocorreram durante a participação do influenciador num simpósio realizado na Câmara com o tema "regulação de plataformas digitais e a urgência de uma agenda", na terça (23). Ele participou do evento em vídeo.

A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados abriu investigação contra o influenciador após Lira ter acionado o órgão, sob o argumento de possível crime de injúria.

Em nota, o presidente da Câmara informou que acionará judicialmente Felipe Neto em uma ação penal, por meio da Procuradoria Parlamentar da Câmara dos Deputados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira - 23.nov.23/Folhapress

"No mesmo dia 23 de abril passado em que soube que o cidadão Felipe Neto fez comentários injuriosos, ofensivos e gratuitos ao Presidente da Câmara dos Deputados", diz a nota de Lira, "a vítima apresentou a notícia crime à delegacia da Polícia Legislativa Federal para as providências cabíveis no âmbito criminal"

Na audiência, Felipe Neto havia dito ser necessário fazer com que a opinião pública estivesse "do nosso lado, se a gente quiser passar qualquer legislação" que se proponha a regular as redes sociais.

E emendou: "É preciso, fundamentalmente, que a gente altere a percepção em relação ao que é um projeto de lei como era o 2.630 [PL das Fake News]. Que foi, infelizmente, triturado pelo excrementíssimo Arthur Lira. Se não tivermos o povo do nosso lado, os deputados não vão votar, a gente já sabe como funciona", disse.

No começo de abril, Lira anunciou que seria criado um grupo de trabalho para discutir uma nova proposta para o projeto de lei. Dessa forma, o processo de discussão começará praticamente do zero.

A Folha teve acesso ao conteúdo do pedido de Lira à Polícia Legislativa. Nele, o presidente da Casa diz que Neto "proferiu expressões injuriosas" contra ele.

"Considerando que os fatos acima relatados podem configurar a prática de crimes contra a honra, ocorridos nas dependências da Câmara dos Deputados, determino a adoção das providências cabíveis, no que tange à competência dessa Polícia Legislativa", escreveu o presidente da Câmara no pedido.

Nesta quarta-feira (25), Neto foi às redes sociais criticar a decisão do alagoano. Ele disse que não conhece o parlamentar pessoalmente, mas que, na sua opinião, "suas ações e inações são em grande parte nocivas e extremamente reprováveis".

"Confesso que achei curioso, uma vez que o próprio Arthur Lira disse hoje: ‘Parlamentar ser chamado para depor na PF porque disse que ministro é isso ou aquilo na CPI é exagerar um pouco’", escreveu Neto, referindo-se à declaração do presidente da Câmara em entrevista à GloboNews nesta quinta.

"Minha intenção, ao citar ‘excrementíssimo’, foi claramente fazer piada com a palavra ‘excelentíssimo’, uma opinião satírica, jocosa, evidentemente sem intenção de ofensa à honra. Já sofri tentativas de silenciamento com o uso da polícia antes, inclusive pela família Bolsonaro", continuou o influenciador.

Por fim, na publicação, Felipe Neto disse que continuará enfrentando "toda essa turma enquanto me sobrarem forças". "E eu nunca falei que os enfrentaria com flores, nem assim o fiz e nunca o farei."

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