Equipe de transição de Lula cresce e se aproxima de 1.000 nomes

Núcleo de inteligência estratégica é nomeado; maioria dos membros dos grupos técnicos não é remunerada

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Brasília

O gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais do que dobrou de tamanho em apenas um dia e superou 900 integrantes.

Edição extra do Diário Oficial da União, publicada na noite de quinta-feira (1º), oficializou 477 novos nomes que passam a integrar a equipe de transição, em diferentes grupos técnicos e também no Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição Governamental. Com isso, o total chega a 904 integrantes.

Esses membros da transição não são necessariamente remunerados. No total, há 50 cargos com salários disponíveis para a equipe de Lula, o mesmo número previsto em transições anteriores, como a de Jair Bolsonaro (PL).

Imagem mostra a fachada do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, sede do gabinete de transição.
Gabinete de transição funciona no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

O governo de transição também nomeou os cinco primeiros membros do grupo de inteligência estratégica. Três deles são oficiais de inteligência identificados apenas por números. O delegado da Polícia Federal Andrei Passos, que comanda a segurança de Lula, também integra o grupo.

Reportagem da Folha mostrou que o grande número de pessoas na transição já resulta em ruídos dentro dos grupos técnicos, disputas por espaço, além de indicar que Lula terá dificuldades para compor um novo governo. Até o início desta semana, eram cerca de 415 pessoas atuando, considerando os participantes dos grupos técnicos e a coordenação do gabinete de transição.

Há ainda assessores voluntários dos grupos técnicos, que assumem funções burocráticas, como de análise jurídica.

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), fez o último anúncio de nomes para a transição em 22 de novembro.

Desde então os grupos técnicos receberam dezenas de integrantes, incluindo parlamentares. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), por exemplo, entrou para o grupo da educação. Já o senador Fabiano Contarato (PT-ES) passou a integrar a equipe de justiça e segurança pública.

Alguns nomes também deixaram a equipe nos últimos dias, como a empresária Chieko Aoki, presidente do grupo hoteleiro Blue Tree Hotels, e o deputado federal Alexandre Frota (Pros-SP).

O gabinete de transição afirma que "segue rigorosamente o que está previsto na legislação específica", com aval para nomear "50 cargos comissionados, servidores requisitados de outros Poderes e colaboradores voluntários".

Com as novas nomeações, o GT de educação tem 55 membros, sendo o maior da transição, seguido por cidades (49 membros), direitos humanos (44) e justiça e segurança pública (42).

A quase totalidade da equipe de transição não é remunerada. Segundo a legislação, as equipes dos presidentes eleitos têm direito a até 50 cargos especiais de transição governamentais, cujos salários variam de R$ 2.700 a R$ 17,3 mil. Os demais atuam como voluntários ou então cedidos por seus órgãos de origem, nos casos de funcionários públicos. Até o momento, 20 desses 50 cargos foram preenchidos.

Na lista de nomes divulgada na quinta-feira (1) está Nilmário Miranda, no grupo dos direitos humanos. Ele já foi chefe da secretaria que cuidava desse tema no governo Lula.

Outro militante histórico do PT que foi incluído na transição foi o cientista político Emir Sader, que vai integrar o grupo técnico de comunicação social.

No grupo técnico da agricultura, foi incluído o executivo Carlos Ernesto Augustin, que atua em uma das maiores produtoras de grãos do mundo.

A ex-presidente do Ibama Suely Araujo entrou para o grupo de meio ambiente. Ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva também passa a fazer parte desse grupo.

Já o presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário da área do governo do Espírito Santo, Nésio Fernandes, foi nomeado ao GT da saúde.

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