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Kleber Rosa (PSOL) critica candidato de Lula em Salvador em sabatina Folha/UOL e vê erros do PT

Pré-candidato minimiza inexperiência do PSOL, aponta falha petista na segurança pública da Bahia e defende tarifa zero no transporte

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Recife

O pré-candidato à Prefeitura de Salvador Kleber Rosa (PSOL) criticou nesta quinta-feira (20), durante sabatina da Folha e do UOL, o pré-candidato Geraldo Júnior (MDB), apoiado em Salvador pelo PT e pelo presidente Lula.

"Uma figura que é associada ao campo da direita e que esteve na gestão carlista por 10 dos 12 anos, foi operador da própria gestão do ACM [Neto] em Salvador e tem uma imagem recentemente vinculada a uma relação com a família Bolsonaro", disse.

Atual vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior já foi aliado do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), principal apoiador do atual prefeito e candidato à reeleição Bruno Reis (União Brasil).

Quando rompeu com o grupo político de ACM Neto em 2022, Geraldo era presidente da Câmara Municipal de Salvador. Ele foi indicado pelo MDB como vice na chapa vitoriosa de Jerônimo Rodrigues (PT).

Reprodução
Kleber Rosa (PSOL) participa de sabatina Folha/UOL com pré-candidatos em Salvador - Reprodução

O pré-candidato do PSOL disse acreditar que a escolha do PT de apoiar Geraldo Júnior pode ajudar a sua candidatura a ganhar mais espaço na cidade. "Acho que essa escolha que o PT fez abre um espaço do PSOL se apresentar melhor para o povo."

Kleber afirmou que, na sua visão, Geraldo Júnior tem "dificuldades de conquistar a base social do campo governista".

"A biografia do candidato fala por si, independente dele ter mudado de lado, ele é coautor dessa cidade excludente que é Salvador. (...) Onde estava Geraldo Júnior em 2016 quando houve o golpe contra Dilma? Onde estava o MDB? Estava arquitetando o golpe ao lado de [Eduardo] Cunha e de [Michel] Temer. Onde estava Geraldo Júnior e o MDB em 2018, quando todas as pessoas de esquerda estavam lutando para permitir que Bolsonaro não ganhasse a eleição?", indagou.

Kleber afirmou que tem dialogado com alas do PT que estariam insatisfeitas com o apoio a Geraldo Júnior. Apesar de não ter o apoio oficial de Lula, o pré-candidato do PSOL disse que não tem ressentimento com o presidente e a sigla petista e mencionou alianças entre as duas legendas em cidades do interior da Bahia e o apoio do presidente a Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Ele também apontou problemas na condução da segurança pública sob os governos do PT na Bahia. Salvador é a capital brasileira com a maior taxa de homicídios estimados por 100 mil habitantes (66,4), segundo o Atlas da Violência.

Kleber ainda minimizou o histórico de pressões e desavenças do PSOL à frente de prefeituras. Ele afirmou que a sigla não é fisiológica, mas ideológica, e que "ideias são inegociáveis".

"Acho que existem limites e isso tem a ver em algumas situações com as dificuldades que se encontra para gerenciar os municípios. Isso expõe, em alguma medida, as diferenças de leitura de como essas gestões podem acontecer. O PSOL tem uma experiência pequena em gestões municipais. [O caso de] Belém expressa alguns problemas e dificuldades, mas [o prefeito Edmilson Rodrigues] segue na luta pela sua reeleição na condução do município", disse.

"Os governos sucessivos do PT não demonstraram nenhum interesse em fazer um giro na política de segurança pública e ignoraram clamor do movimento negro, do movimento popular, sobre o modus operandi das polícias Civil e Militar", afirmou o pré-candidato do PSOL.

Se eleito, Kleber Rosa disse que pretende construir um sistema de segurança pública municipal. "[Um sistema] que tem a guarda municipal como parte disso, ter um fundo de segurança pública com recursos específicos. Propusemos a criação de conselhos comunitários em Salvador, compondo esse conselho organizações comunitárias, escolas públicas e privadas, organizações, sindicatos e comerciantes."

Kleber Rosa prometeu também implantar a tarifa zero nos ônibus de Salvador, mas disse que ainda vai divulgar como viabilizar a proposta. Ele também prometeu reduzir o IPTU no município como forma de atrair mais empresas e gerar empregos para a população. "Isso não significa redução da arrecadação, porque, à medida que a gente atrai de volta iniciativas de empreendimento, a gente aumenta a arrecadação."

Na educação, o pré-candidato prometeu criar creches noturnas para atender filhos de mães que trabalham à noite ou têm jornada de trabalho estendida no período.

Kleber também criticou o ex-prefeito ACM Neto por ter se declarado pardo no registro eleitoral das eleições para governador em 2022. "Vimos o candidato ACM Neto recentemente se autodeclarar como pardo em uma evidente estratégia de associar sua identidade à do nosso povo."

A entrevista foi conduzida por Diego Sarza, com participação dos repórteres André Santana, do UOL, e João Pedro Pitombo, correspondente da Folha em Salvador.

Kleber Rosa é cientista social, mestre em educação de jovens e adultos e coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia. Foi candidato ao governo baiano em 2022.

Nesta sexta-feira (21), no mesmo horário, será a vez do prefeito Bruno Reis (União Brasil). O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) também foi convidado, mas não confirmou participação.

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