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Nunes fala em elo de Marçal com PCC e diz que 'essa turma não vai comandar SP'

Povo cristão não aceitará alguém que tenha tantas ligações com pessoas envolvidas com facção, diz prefeito a evangélicos

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São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) associou o pré-candidato Pablo Marçal (PRTB) a "pessoas envolvidas com o PCC" (Primeiro Comando da Capital) e declarou que "essa turma não vai comandar a cidade de São Paulo".

As declarações foram dadas em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (13) durante participação no CAAB (Fórum de Debates da Columbia University Alumni Association Brazil).

Marçal vem disputando eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que oficialmente apoia a candidatura de Nunes.

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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) em debate na Band - Bruno Santos - 8.ago.24/Folhapress

Questionado sobre a popularidade de Marçal no eleitorado evangélico, Nunes declarou que o ex-coach havia crescido em razão de "cortes que viralizam nas redes" e que a situação vai se reverter quando começar o período de propaganda eleitoral na televisão.

"Eu tenho uma vida como vereador, por oito anos fui da frente parlamentar cristã. A minha vida familiar, empresarial e como prefeito é muito correta. O povo cristão não aceitará alguém que tenha tantas ligações com pessoas envolvidas com o PCC."

Áudios revelados pela Folha mostram o presidente nacional do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, no momento em que diz a um correligionário que mantém vínculos com integrantes da facção criminosa.

A conversa em questão aconteceu em fevereiro de 2024, com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do partido, em meio a disputa interna pela presidência do PRTB, depois de o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter determinado uma intervenção na sigla. Durante a gravação, o presidente do partido cita nominalmente Francisco Antonio Cesário Soares, conhecido como Piauí.

No áudio, Avalanche aponta que seu motorista era "a voz abaixo" de Piauí na facção e que é responsável pela soltura de outro importante integrante da organização criminosa, André de Oliveira Macedo, o André do Rap, solto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020 e foragido desde então.

Na entrevista desta terça, Nunes citou um encontro entre Marçal e Valquito Soares da Silva, 58, irmão de Piauí, apontado pela Polícia Civil como chefe do PCC na favela de Paraisópolis, na zona sul paulistana, conforme revelado pelo portal Metrópoles. Uma foto em que ambos posam juntos foi publicada nas redes sociais há duas semanas.

Ainda, o prefeito afirmou que, apesar de o adversário ter avançado no eleitorado religioso, quem continua ocupando o primeiro lugar nas pesquisas é ele próprio.

Para Nunes, sua trajetória de vida particular e política garante o apoio das grandes lideranças evangélicas e a proximidade a Marçal se estancará. "Ao longo do processo a gente vai poder estabelecer quem realmente defende o interesse público aqui em São Paulo."

O comportamento de Marçal durante o debate da TV Bandeirantes, na semana passada, também foi alvo de críticas do emedebista. Nunes classificou o concorrente como agressivo e o acusou de reproduzir inverdades, o que, segundo ele, não seria visto com bons olhos pelo eleitor religioso.

A mais recente pesquisa do Datafolha mostrou que o chefe do Executivo municipal está tecnicamente empatado com Pablo Marçal entre o eleitorado evangélico na corrida à Prefeitura de São Paulo. O prefeito tem 26% de intenções de voto entre os evangélicos, ante 18% do ex-coach. A margem de erro nesse recorte é de seis pontos percentuais para mais ou para menos.

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