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Presidente do meu partido ainda nem foi preso, diz Marçal após áudio sobre PCC

Pré-candidato do PRTB cita Temer e Valdemar ao chegar a debate e diz que, 'se for comparar prisão, a gente está em vantagem'

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São Paulo

O pré-candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal disse nesta quinta-feira (8) que o presidente do seu partido, o PRTB, "ainda nem foi preso".

A declaração foi dada após Marçal ser questionado, na entrada para o debate que acontecerá na TV Bandeirantes, sobre áudio em que o dirigente da sigla diz ter vínculos com a facção criminosa PCC.

Pablo Marçal antes do início do debate na TV Bandeirantes

Gravação revelada pela Folha mostra diálogo entre o presidente do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, e Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do partido.

"Eu sou o cara que soltou o André [do Rap, líder da facção]", diz Avalanche no áudio. "A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia [...] Eu faço um trabalho bem discreto", afirmou.

Avalanche disse à reportagem não reconhecer sua própria voz no áudio nem a veracidade da gravação.

A Folha confirmou a veracidade da gravação com duas pessoas que participaram do encontro e outras três que são do entorno do atual presidente do PRTB.

Marçal comparou a situação à de outros líderes partidários.

"O presidente do meu partido ainda nem foi preso. O [Michel] Temer, que é presidente do MDB do Ricardo Nunes, já foi. O do PL [Valdemar Costa Neto] já foi duas vezes. Se for comparar prisão, a gente está em vantagem", disse.

O presidente do MDB atualmente é o deputado federal Baleia Rossi (SP). Temer exerceu o cargo três vezes, a mais recente delas entre 2014 e 2016.

Marçal falou ainda sobre sua proximidade com o influencer Renato Cariani, alvo da PF em operação contra trafico de drogas e disse que "há o contraditório e a ampla defesa".

"Imagina eu ser babá desse monte de gente. Você já falou de partido, falou disso, falou daquilo".

A gravação com o presidente do PRTB obtida pela Folha foi feita em fevereiro deste ano. O diálogo Leonardo e Brunelo na época ocorreu em um contexto de disputa interna pela presidência do PRTB, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter decretado intervenção na sigla.

O encontro foi pedido por Leonardo Avalanche e ocorreu em um restaurante de beira de estrada em São Paulo, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto. O político, que aparentava tentar mostrar influência sobre autoridades da República para conquistar o apoio de Brunelo, não sabia que era gravado.

Em outro trecho da conversa, Avalanche cita Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis (SP) . O motorista do político seria, na versão dele, um aliado do criminoso na facção.

"Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo", disse Avalanche, referindo-se ao seu motorista. "Ele nunca mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá dentro da cadeia e falaram: ‘Estou trabalhando pro Avalanche de motorista’."

O debate na Band começa às 22h15. O programa é visto pelas equipes como uma espécie de estreia da campanha eleitoral. Foram convidados Nunes, Guilherme Boulos (PSOL ), José Luiz Datena (PSDB ), Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB ).

O debate terá três blocos, o primeiro e o último com perguntas entre os oponentes, e um com questões de jornalistas. A ordem de quem pergunta, já sorteada, tende a favorecer Marçal, como noticiou o Painel. Ele será o primeiro a perguntar nos dois momentos de confrontos diretos e escolherá quem responde.

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