Descrição de chapéu Governo Lula

Governo revoga licitação de R$ 200 milhões da Secom após suspeita de irregularidade

Disputa por contrato de comunicação digital foi suspensa pelo TCU, em julho, por indício quebra de sigilo das propostas

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Brasília

O governo Lula (PT) revogou uma licitação da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) de R$ 197,7 milhões que estava sob suspeita de irregularidades.

A mesma concorrência havia sido suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União), em julho, por indícios de quebra de sigilo das propostas das empresas que disputavam o contrato de comunicação digital.

A revogação foi publicada na edição extra do DOU (Diário Oficial da União) de sexta-feira (30). A Secom aponta que desfez a licitação "por motivo de conveniência e oportunidade". A mesma publicação, assinada pelo ministro interino da Secom, Laércio Portela, abre prazo de três dias úteis para as empresas apresentarem recurso.

Fachada do Palácio do Planalto, em Brasília
O Palácio do Planalto, em Brasília - Gabriela Biló -23.out.2023/Folhapress

Depois de avaliar os recursos, será aberto novo procedimento licitatório, segundo o mesmo ato.

Na véspera do anúncio das vencedores da disputa, em abril, um jornalista do portal O Antagonista publicou, de forma cifrada, nas redes sociais as iniciais das empresas que ganhariam: Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o consórcio BR e Tal.

Depois, a Moringa e a Área Comunicação foram desclassificadas no processo. E, então, entraram a Clara Digital e o consórcio Boas Ideais.

O Ministério Público junto ao TCU pediu a derrubada da disputa. "Tenho que os fatos narrados nesta representação, por si só, revestem-se de extrema gravidade e demandam atuação imediata desta Corte a fim de evitar que se concretize contratação possivelmente eivada de vício insanável, ou mesmo por fato típico a ser apurado na esfera competente", afirmou o ministro o Aroldo Cedraz ao determinar a suspensão, em julho.

Parlamentares da oposição ao governo Lula (PT), como os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também pediram ao TCU para suspender a concorrência.

A licitação foi aberta pelo então ministro Paulo Pimenta, hoje à frente do Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. Em nota divulgada em julho, ele negou que houvesse irregularidades no processo. Afirmou que as suspeitas foram levantadas por interesses "políticos e econômicos".

"As denúncias apresentadas ao órgão de controle contra o prosseguimento da referida licitação são claramente movidas por interesses políticos e econômicos, uma vez que os próprios auditores do tribunal reconheceram a insuficiência de elementos para a concessão da medida cautelar que suspende o processo", disse Pimenta à época.

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