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Veja as maiores 'goleadas' e as disputas mais acirradas à Prefeitura de São Paulo

Jânio e FHC travaram a corrida eleitoral mais apertada, em 1985; Pitta é o recordista proporcional de votos, em 1996

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Brasília e São Paulo

As dez eleições à Prefeitura de São Paulo realizadas desde 1985 têm um histórico de "goleadas" e apenas um confronto que, no abrir das urnas, pode ser considerado bastante acirrado.

Na lista de grandes lavadas eleitorais, o topo fica para Celso Pitta (PPB), em 1996, e João Doria (PSDB), em 2016, o único a liquidar a fatura ainda no primeiro turno desde que o modelo eleitoral de duas fases foi implantado.

O então prefeito Paulo Maluf (em primeiro plano, beijando mão de correligionária) e seu candidato à sucessão em 1996, Celso Pitta, detentor do atual recorde de votação proporcional à Prefeitura de São Paulo - Fabiano Accorsi - 10.jun.1996/Folhapress

Pitta era diretor financeiro da Eucatex, empresa da família de Paulo Maluf e, quando este se tornou prefeito de São Paulo pela via direta, em 1993, o nomeou secretário de Finanças.

Ao fim, Maluf escolheu Pitta para sucedê-lo e, com o peso do padrinho político, o candidato obteve 48,2% dos votos válidos no primeiro turno, apenas 1,8 ponto percentual distante de encerrar a eleição ali mesmo.

Ao ir para o segundo turno contra a ex-prefeita Luiza Erundina (então no PT), ele foi eleito com o maior percentual da história na capital paulista —62,3% dos votos válidos contra 37,7% da petista.

Durante a campanha, Maluf chegou a demonstrar na propaganda eleitoral do afilhado o tanto que confiava na escolha feita: "Se o Pitta não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim".

A administração Pitta, porém, foi marcada por escândalos de corrupção, acabando em fracasso e em rompimento com o ex-chefe. "Esqueça de mim, Paulo Maluf", chegou a dizer o apadrinhado ao padrinho no auge da troca de críticas entre ambos.

Com enorme rejeição popular, Pitta não tentou a reeleição e, ainda por cima, contribuiu para a derrota de Maluf para Marta Suplicy (PT), em 2000.

Ainda na categoria das vitórias mais folgadas, o à epoca tucano João Doria foi eleito ainda no primeiro turno, feito único até hoje, com 53,3% dos votos válidos.

A vitória folgada se deu em cima do então prefeito, Fernando Haddad (PT), que ficou em um distante segundo lugar, com 16,7% dos votos.

O ambiente político da época foi marcado pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e pela onda de direita que viria com mais força dois anos depois, em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro.

Joao Doria (PSDB) comemora eleição em primeiro turno para prefeito de São Paulo, em 2016 - Eduardo Knapp - 2.out.2016/Folhapress

Do lado das disputas com característica mais voto a voto, a mais apertada delas foi a primeira, quando o favorito Fernando Henrique Cardoso (então no PMDB) foi batido pelo ex-presidente da República Jânio Quadros (PTB), em 1985.

Primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo em decorrência do fim da ditadura militar, a disputa foi vencida por Jânio por apenas 3,5 pontos percentuais, resultado que contrariou o até então favoritismo de FHC.

Não houve eleição com segundo turno em que o vitorioso tenha tido menos do que 9 pontos percentuais de vantagem, sendo a mais apertada a vitória do tucano José Serra sobre a então prefeita Marta Suplicy (PT), em 2004 —9,8 pontos percentuais de diferença.

No rol de curiosidades, dois episódios podem ser destacados.

A única virada em segundo turno foi obtida por Fernando Haddad, em 2012. Na primeira votação, ele ficou atrás de José Serra por 1,8 ponto percentual. No confronto final, virou o jogo e bateu o tucano por 55,6% dos votos válidos a 44,4%.

O petista contava à época com o apoio de Lula, que havia deixado seu segundo mandato na Presidência com aprovação popular recorde, de 83%.

Esse foi o último resultado positivo do PT na disputa pela maior cidade do país, tendo ocorrido menos de um ano antes dos megaprotestos de rua de junho de 2013.

O segundo episódio ocorreu em 2000, quando Geraldo Alckmin (PSDB) perdeu a vaga no segundo turno após apertadíssima disputa com Paulo Maluf (PPB), que prevaleceu por apenas 7.691 votos.

Na votação final, porém, Maluf acabou derrotado por Marta.

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