Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Acompanhe a sãopaulo no Twitter
19/08/2012 - 02h30

Cinco minutos de fama: bares investem em karaokê com banda ao vivo

Publicidade

BÁRBARA BARBOSA
COLABORAÇÃO PARA A sãopaulo

É início de noite de uma quarta-feira e uma turma de engravatados começa a ficar à vontade no Bar Blá, no Jardim Paulista, zona oeste.

O que seria mais uma happy hour na noite paulistana ganha ares de novidade quando é levado às mesas um cardápio em que não há opções de petiscos nem de drinques. No lugar, cerca de mil músicas à escolha do público -que pode soltar a voz ao lado da banda Karaokê Club.

O convite para os cinco minutos de fama está feito e o que se vê dali em diante é uma disputa pelo microfone. No repertório do Blá, clássicos da dor de cotovelo predominam, como "Nuvem de Lágrimas", de Chitãozinho e Xororó, "especialmente para o amigo que terminou o namoro ontem", diz, pronto para cantar, o advogado alagoano Daniel Andrade, 28.

Letícia Moreira/Folhapress
O dentista Victor Martin, 25, canta AC/DC no karaokê com banda ao vivo do Club Berlin.
O dentista Victor Martin, 25, canta AC/DC no karaokê com banda ao vivo do Club Berlin

Sua conterrânea Mirella Sampaio, 28, que estava na cidade a trabalho, diz que "adorou a novidade" apresentada pelo amigo. Sotaques não faltam na cantoria. O espanhol Diego Diaz, 38, conta que já conhecia a modalidade. "Já tinha visto esse tipo de karaokê no Japão e até nos Estados Unidos."

Há quatro meses tocando toda quarta-feira no Blá, Sandro Soares, 37, líder da Karaokê Club, conta que o sucesso é fazer o cliente se sentir um cantor de verdade. "Quando você tem uma banda ao vivo, a pessoa se sente um 'rockstar'", afirma ele.

No Blá, ainda há espaço para Fábio Jr. e Bon Jovi, alguns dos mais pedidos da casa. Enquanto por lá quase todos os estilos estão liberados -"menos funk", frisa Sandro-, no Clube Berlin, na Barra Funda, região central, só o rock é bem-vindo.

"Nosso diferencial em relação a outros karaokês é que a gente faz como se fosse um show de rock, sem outros gêneros, como sertanejo, samba, forró ou axé", diz Alexandre Barreto, 30, baterista da banda Karaokê Rockstar, que comanda a festa no Berlin uma vez por mês.

Por lá, o sistema é, digamos, mais profissional. Quem quiser garantir seu lugar no palco deverá agendar o que quer cantar no site da casa, onde a "setlist" está disponível. Mesmo assim, há uma cota de músicas para improvisos do público. "No site são feitos três cadastros por música. Na hora de tocar a gente chama o primeiro cadastrado e, se ele não estiver na casa, chamamos o segundo, depois o terceiro e, por último, a plateia", explica Alexandre.

Dona do microfone na execução de "Psycho Killer", do Talking Heads, a recepcionista Rita de Cássia Teixeira Santana, 23, aprovou a ideia. "Conheço tanta gente que sonha em ter banda. Cantando assim dá até para matar essa vontade", conta ela.

O dentista Victor Martin, 25, que arriscou "Back in Black", do AC/DC, no Berlin, quer voltar. "Achei muito mais divertido que os karaokês convencionais. A energia é única quando cantamos com uma banda."

Outras casas noturnas, como o Na Mata Café, no Itaim Bibi, zona oeste, e o Sonique, na Consolação, região central, já fizeram festas de karaokê com banda, mas não possuem agenda com os próximos eventos.

No Beco 203, na Consolação, bateria e guitarra dão lugar às "pickups" do DJ, na festa mensal iRock, que faz parte do projeto Rock'n'beats. Ali, mais de 700 músicas, a maioria de estilo indie rock, estão disponíveis. As letras são projetadas na parede e, assim, a animação da balada pode ser acompanhada pelo público, que faz coro à estrela do rock do momento.

Fotos Reprodução
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página