Galeria Emma Thomas abre sede nos Jardins e aponta novos planos

Desde 20 de outubro, a galeria Emma Thomas, das sócias Flaviana Bernardo (32) e Juliana Freire (35), ocupa um novo espaço nos Jardins.

Com projeto assinado pelos arquitetos Marcelo Alvarenga e Felipe Hess, a recém-inaugurada sede recebe a individual "Ninguém Sabe até Acontecer", do artista Nazareno.

Além do salão de exposições e do escritório, a galeria possui um amplo terraço que deve receber eventos abertos ao público.

	Leticia Moreira/Folhapress
	Flaviana Bernardo e Juliana Freire, sócias da galeria Emma Thomas, que ganhou nova sede nos Jardins

Confira a entrevista com as galeristas :

Por que se mudaram da Barra Funda para os Jardins?
Flaviana: Dividimos o mesmo galpão com a galeria Baró por dois anos, mas ambas cresceram e as necessidades de espaço também.
Juliana: Nosso início foi nos Jardins. O público que gosta de arte frequenta muito o bairro. O acesso é mais fácil.

O paulistano está consumindo arte de uma forma diferente?
Flaviana: O paulistano tem uma cultura de consumo que é nata. Isso vem se estendendo para a arte de uma maneira natural. As pessoas não têm mais medo de perguntar quem é o artista e quanto custa a obra. Sempre quisemos quebrar a barreira que impedia a aproximação. Queremos que as pessoas se sintam à vontade para perguntar, pesquisar e comprar.

Por que inaugurar o novo espaço com o artista Nazareno?
Flaviana: A exposição do Nazareno amarra com chave de ouro a ideia de "high-low" que buscávamos. Suas obras são delicadas e ocupam o espaço com traços industriais, cimento e metais expostos.
Juliana: Nazareno é como o nosso oráculo. Ele é o artista mais experiente que temos na galeria. Nos sentimos muito lisonjeadas por ele ter vindo com a gente.

Qual é a proposta da nova sede?
Juliana: Queremos ampliar a parte de conteúdo com palestras e bate-papos. Se o mundo está olhando para o cenário brasileiro, nós, galeristas, colecionadores, críticos e artistas, temos que nos preparar de uma maneira inteligente. Também pensamos em deixar acessível e aconchegante um ambiente que geralmente é muito elitizado. Queremos que as pessoas se sintam bem-vindas. O projeto arquitetônico foi pensado como uma área de lazer e de convívio coletivo, com um terraço para eventos. Já nascemos com essa característica mais informal.
Flaviana: Ao mesmo tempo, tomamos cuidado com o equilíbrio. Somos uma galeria de arte com múltiplas propostas sem que isso seja prejudicial para o artista que expõe.

Qual é o futuro da Emma Thomas?
Flaviana: Abriremos a coletiva "Solstício", com curadoria de Daniele Dal Col, em 1º/12. Serão obras de suportes variados realizadas por artistas que não possuem representação em galeria paulistana.
Juliana: Nossa estratégia era devagar e sempre. Agora queremos aumentar nossa capacidade de comunicação e ser mais agressivas no bom sentido. Já estamos com musculatura para isso.

Emma Thomas. R. Estados Unidos, 2.205, Jardim América, região oeste, tel. 3666-6489. Seg. a sex.: 10h às 19h. Sáb.: 11h às 17h. Livre. GRÁTIS

	Divulgação
	Obra "No Futuro", que integra a individual "Ninguém Sabe até Acontecer" do artista Nazareno, em cartaz na Emma Thomas