Folha organiza seminário sobre ações do Brasil e do mundo após a COP26

Evento online faz parte do projeto Planeta em Transe, dedicado à cobertura de mudanças climáticas

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São Paulo

Quase oito meses depois da COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, especialistas encaram com dubiedade a capacidade de os países conseguirem cumprir as metas estipuladas no evento. Para discutir o tema, a Folha organiza, na próxima quarta-feira (6), o webinário "O Brasil e o mundo após a COP26".

Com dois debates, o webinário ocorrerá durante a manhã e à tarde. A primeira mesa começa às 11h e terá participação de Carlos Nobre, cientista brasileiro recém-nomeado membro da Royal Society, Elizabeth Wathuti, ativista queniana, e Graham Stock, estrategista de investimentos da britânica Bluebay Asset Management. Nick Bridge, representante especial para mudanças climáticas da Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido, também participará.

Eles discutirão as recentes ações de países, empresas e investidores para frear as mudanças climáticas. Haverá tradução simultânea.

Assista abaixo à segunda mesa:

Assista abaixo à primeira mesa:

Já para refletir sobre o cenário do Brasil após a COP26, a Folha reunirá, às 14h, o ex-governador do Maranhão e ex-coordenador do Fórum dos Governadores da Amazônia Flávio Dino (PSB), a ecóloga Mercedes Bustamante e a líder indígena Sonia Guajajara (PSOL). Participará também do debate José Pugas, sócio da JGP, única signatária brasileira do compromisso de 30 instituições financeiras de eliminar investimento em cadeias de commodities ligadas a desmatamento, assinado na COP26.

As mesas serão mediadas pelos jornalistas Cristiane Fontes e Marcelo Leite.

Homem segura cartaz com os dizeres "climate justice now"
Manifestantes pedem 'Justiça climática' em protesto em Glasgow, durante a COP26 - Daniel Leal-Olivas - 6.nov.21/AFP

A COP26 reforçou o objetivo de limitar o aquecimento global em 1,5ºC, o que ainda está longe de ser alcançado. À época, parte dos negociadores, observadores e ativistas lamentaram o desfecho de alguns pontos. Houve decepção, por exemplo, por China e Índia terem conseguido trocar o termo "eliminação" por "redução" do carvão. Ao final, o presidente da COP26, o britânico Alok Sharma, pediu desculpas pelo processo.

Como alerta, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) afirmou no ano passado que é necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa em sete vezes mais do que o esperado para a década, caso o objetivo seja limitar o aquecimento global em 1,5ºC.

A guerra da Ucrânia também se soma aos obstáculos enfrentados para amenizar as mudanças climáticas. Com as sanções ao petróleo da Rússia e à tentativa de frear as importações do gás russo, a Europa aumentou a queima, pelo menos momentânea, de carvão.

Esse será um dos principais desafios para a COP27, a próxima conferência do clima, que ocorrerá em novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Entre outras medidas, o texto da COP26 regulamentou o mercado de carbono e reconheceu a necessidade de redução de 45% das emissões até 2030. Por outro lado, não avançou a promessa de países desenvolvidos de financiar em US$ 100 bilhões ao ano as ações climáticas nos países em desenvolvimento. O valor é prometido desde 2009 e só deve ser completado em 2023.

Uma das nações que ganhariam com o fundo, por exemplo, seria o Brasil. Na COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, reforçou a adesão do país ao Acordo das Florestas e Uso de Solo e prometeu o fim do desmatamento ilegal até 2028 –dois antes antes do que o último objetivo.

Na conferência em Glasgow, o governo, porém, omitiu dados do projeto Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que apontavam devastação na Amazônia de 13.235 km2 entre agosto de 2020 e julho de 2021, índice mais elevado desde 2006. O número representa um aumento de 22% em relação ao período anterior.

O webinário faz parte do Planeta em Transe, projeto da Folha para a cobertura de mudanças climáticas, e tem o apoio da Open Society Foundations.

O público poderá acompanhar o debate ao vivo no canal da TV Folha no YouTube. A transmissão também estará disponível nesta página. Será possível enviar perguntas aos participantes pelo WhatsApp, no número (11) 99648-3478.

Confira a programação do evento:

Seminário O Brasil e o mundo após a COP26

Mesa 1: O planeta pós-Glasgow

Horário: 11h às 12h30

Participantes:

Carlos Nobre, climatologista, recém-eleito membro estrangeiro da Royal Society

Elizabeth Wathuti, ativista queniana de 26 anos, fundadora da Green Generation Initiative

Graham Stock, estrategista da Bluebay Asset Management para títulos soberanos de mercados emergentes

Nick Bridge, representante especial para mudanças climáticas da Secretaria de Relações Exteriores do Reino Unido

Mesa 2: Os desafios brasileiros

Horário: 14h às 15h30

Participantes:

Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, foi coordenador do Fórum dos Governadores da Amazônia; é pré-candidato a senador

José Pugas; sócio da JGP, gestora de recursos; única signatária brasileira do compromisso de 30 instituições financeiras de eliminar investimento em cadeias de commodities ligadas a desmatamento, assinado na COP26

Mercedes Bustamante, professora da UnB (Universidade de Brasília) e autora de relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU)

Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), pré-candidata a deputada federal ​

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