A Meta, empresa controladora do Facebook, entregou informações de usuários a hackers que se passaram por policiais no ano passado, afirmou na quarta-feira (30) uma fonte da companhia.
Os criminosos puderam obter detalhes como endereços físicos e números de telefone com "solicitações de dados de emergência" falsificadas, afirmou a fonte, que pediu o anonimato devido ao caráter delicado do assunto.
A agência de notícias Bloomberg informou que a Apple também entregou informações de usuários em resposta a pedidos falsificados. Apple e Meta não confirmaram formalmente os incidentes, mas emitiram comunicados sobre como respondem a pedidos de informações.
Os hackers usam emails ou sites da web ligados à polícia ou ao governo para obter a informação, por se tratar de "assunto urgente, de vida ou morte", escreveu na terça (28) o especialista em internet Brian Krebs.
Quando os policiais querem dados sobre o proprietário de uma conta de rede social ou um telefone associado, devem entregar um mandado judicial ou uma citação oficial, disse Krebs.
Mas em casos urgentes podem fazer uma "solicitação de dados de emergência", que "escapa em grande medida a qualquer revisão oficial e não exige que o solicitante apresente um documento aprovado pelo tribunal".
O especialista também indicou que a falta de um sistema único nacional para esse tipo de pedido é um dos maiores problemas existentes, porque cada empresa acaba lidando com os casos à sua maneira.
"Para complicar as coisas, há dezenas de milhares de jurisdições no mundo todo –cerca de 18 mil só nos EUA– e a única coisa de que os hackers precisam para ter sucesso é conseguir invadir uma conta de email da polícia", acrescentou.
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves
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