O aplicativo de mensagens Telegram lançará um plano de assinatura para seus usuários neste mês, disse Pavel Durov, fundador da empresa, nesta sexta-feira (10).
Os usuários que optarem pelo Telegram Premium terão um limite maior para bate-papos, mídia e uploads de arquivos, disse Durov em uma publicação em blog.
"A única maneira de permitir que nossos fãs mais exigentes obtenham mais, mantendo nossos recursos existentes gratuitos, é tornar esses limites maiores uma opção paga", disse ele.
O aplicativo, juntamente com a ferramenta de mensagens Signal, viu um aumento no número de usuários após preocupações com a privacidade relacionadas ao seu maior rival, o WhatsApp, de propriedade da Meta. Em outubro do ano passado, por exemplo, o Telegram ganhou mais de 70 milhões de usuários após o apagão das redes da companhia.
Atualmente, o aplicativo tem 500 milhões de usuários ativos mensais e é um dos dez aplicativos mais baixados do mundo, segundo seu site.
Durov disse que o movimento para oferta de uma assinatura paga foi para garantir que o Telegram continue sendo financiado principalmente por seus usuários e não por anunciantes.
Com grande alcance no Brasil, o aplicativo entrou na mira do Judiciário do país e passou a ser uma das maiores preocupações para as eleições deste ano por conta da falta de controle da disseminação de fake news em sua plataforma.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), chegou a determinar o bloqueio do Telegram no território nacional após o aplicativo ter descumprido ordens do magistrado no âmbito do inquérito das fake news, incluindo a retirada do ar de publicação do presidente Jair Bolsonaro (PL) com informações falsas sobre as urnas eletrônicas. A decisão foi revogada após a plataforma ter "atendido integralmente" às demandas de Moraes.
No mesmo mês, o aplicativo aderiu ao programa de enfrentamento à desinformação nas eleições, com objetivo de combater conteúdos falsos relacionados à Justiça Eleitoral, incluindo as urnas eletrônicas e os atores envolvidos do pleito —ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por exemplo.
Já em maio, assinou um acordo com a Justiça Eleitoral com o compromisso de criar um canal oficial do TSE dentro da plataforma para divulgar informações sobre as eleições. O aplicativo ainda deve prestar suporte técnico para o TSE operar robô que responde a dúvidas sobre as eleições e desenvolver ferramenta para marcar conteúdos "desinformativos".
O Telegram também alterou suas regras de uso, estabelecendo proibição que usem a plataforma para "a participar de atividades reconhecidas como ilegais pela maioria dos países –como terrorismo e abuso infantil".
Até então, os termos de serviço do Telegram previam três casos em que o aplicativo não pode ser utilizado "para enviar spam ou praticar golpes em nossos usuários"; "promover a violência em canais públicos do Telegram, bots, etc." e "postar conteúdo pornográfico ilegal em canais públicos, bots, etc".
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