Google também teve criações frustradas em seus 25 anos de história; veja 5 delas

Alguns dos produtos chegaram a ganhar projeção, mas perderam espaço e foram descontinuados

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São Paulo

O Google, que comemora 25 anos nesta quarta-feira (27), redefiniu como se busca informação online e como se navega pela internet, tornando-se uma das maiores empresas de produtos digitais do planeta e criando diversas soluções para o mercado digital.

Apesar de seu sucesso, a gigante de buscas também teve uma série de produtos considerados um fracasso, abandonados algum tempo depois dos lançamentos, descontinuados e esvaziados pelos internautas.

Um dos principais exemplos disso são as redes sociais da empresa, todas derrotadas pela expansão absoluta do Facebook, controlado hoje pela Meta. Aplicativos de produtividade, óculos de realidade mista também constam na lista.

A sede da Google em Mountain View, na Califórnia, nos Estados Unidos
A sede do Google em Mountain View, na Califórnia, nos Estados Unidos - Justin Sullivan - 31.jan.22/Getty Images/AFP

Veja algumas iniciativas frustradas do Google:

Google Glass

Em 2012, a gigante de buscas anunciou o Google Glass, óculos inteligente de realidade aumentada, que misturaria o conteúdo virtual ao mundo real. O produto era visto como um divisor de águas no mercado, capaz de alterar como interagiríamos com o cotidiano —seria possível, por exemplo, traduzir uma placa na rua com o óculos instantaneamente.

Apesar das expectativas, os óculos não agradaram, especialmente pelo preço, lançado à época por US$ 1,5 mil (R$ 7.250). Brechas de sistema, além de problemas de privacidade potenciais e reclamações sobre o design do Glass fizeram os consumidores deixarem o produto de lado.

O Google ainda tentou relançar o dispositivo apenas para propósitos empresariais em 2013, mas não conseguiu mantê-lo no mercado. Em 2015, anunciou o fim das vendas para consumidores.

Google Answers

Lançado em 2002, a plataforma buscava divulgar perguntas e facilitar a obtenção de respostas a partir de pesquisadores. Os usuários submetiam suas dúvidas online e outros respondiam. Era necessário, porém, enviar recompensa em dinheiro por cada questão respondida, variando entre US$ 2,50 (cerca de R$12) e USS 200 (cerca de R$ 970).

O caráter pago do serviço o esvaziou, levando à baixa utilização e ao encerramento em 2006. Um ano antes, lançava-se o bem-sucedido Yahoo! Respostas, com a mesma dinâmica de funcionamento e gratuito desde a estreia. A plataforma concorrente foi encerrada em 2021.

Orkut

O serviço que marcou a primeira tentativa da gigante de buscas nas redes sociais foi lançado em fevereiro de 2004, com nome em homenagem ao seu criador, Orkut Büyükkökten, um dos engenheiros do Google. A plataforma foi criada para o público americano, mas foram os brasileiros que mais a utilizaram.

Foi a maior rede social do mundo até 2011, com mais de 30 milhões de seus usuários provenientes do Brasil. O Facebook, porém, assumiu a liderança no país e no resto do mundo e deixou o Orkut para trás e reduzindo significativamente seus usuários ativos.

Após a derrocada do Orkut, o Google nunca mais conseguiu se firmar no mercado das redes sociais, hoje dominado pela dona do Facebook, Meta, cujos principais concorrentes são X (ex-Twitter) e TikTok. Em 2011, o gigante das buscas tentou se reerguer com o Google+, mas falhou de novo, como se verá a seguir.

Com o esvaziamento da plataforma, o Google decidiu encerrá-la em setembro de 2014. A companhia havia afirmado manter as comunidades no ar sem a possibilidade de criação de novo conteúdo, como uma espécie de acervo, mas as excluiu totalmente três anos depois.

Google+

A segunda empreitada da companhia nas redes sociais foi lançada em junho de 2011, com expectativa. Prometendo um aprimoramento das ferramentas do Orkut e melhor integração com outros sistemas da gigante de buscas, o Google+ atingiu 25 milhões de usuários em um mês, segundo relatório da empresa.

Entretanto, a efervescência do Facebook e do Instagram à época tornou a consolidação da nova rede difícil, e o design pouco amigável não trazia amplo apelo social. O resultado disso foi o esvaziamento da plataforma, com pouco engajamento.

A rede social do Google foi muito criticada ainda em 2011 por banir o uso de pseudônimos ou apelidos no lugar do nome que constava em documento e excluir os perfis em desacordo com a regra. A política que visava coibir contas falsas acabou sob acusações de transfobia.

Em 2018, a situação da já combalida rede piorou com duas brechas de segurança envolvendo a conexão com aplicativos de terceiros que expuseram informações sensíveis de mais de 50 milhões de internautas. Após a polêmica, o Google encerrou o Google+ de forma definitiva em abril do ano seguinte.

Entre especialistas, há quem ressalve que o Google nunca voltou seus esforços para construir uma rede social inovadora, por considerar que o modelo de espaços fechados na internet iria contra a filosofia de conhecimento aberto.

Google Wave

Em meados de 2009, o Google anunciou o Wave, prometendo que o serviço seria o "sucessor do e-mail". A ideia era lançar uma plataforma de mensagens que também permitisse o compartilhamento de arquivos e a colaboração em documentos, como visto nas plataformas do Google Docs.

O aplicativo também teria uma seção de lembretes, de colaboração em ideias e de reuniões, com agenda unificada. Entretanto, os usuários criticaram o lançamento pela interface complicada, além de vários bugs após o lançamento. A falta de aprovação tornou o sistema pouco útil, e ele foi descontinuado em 2011.

Hoje, há ferramentas semelhantes utilizadas pelos ambientes corporativos, como o Slack e o Microsoft Teams, que também permitem o envio de mensagens, criação de reuniões e o estabelecimento de grupos de colaboração no trabalho.

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