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Nova aposta da Meta, óculos de realidade virtual chegam aos EUA por R$ 2.500

Empresa domina pequeno mercado de equipamentos de realidade mista, em que Apple pretende estrear ano que vem

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São Paulo

A dona do Facebook, Meta, lançou no mercado nesta quarta-feira (27) a próxima geração de seus óculos de realidade virtual, Meta Quest 3, em mais uma tentativa da empresa de se consolidar no chamado metaverso —espécie de mundo digital ainda sem muitas aplicações cotidianas fora jogar videogame.

O equipamento chega ao mercado americano por US$ 500 (R$ 2.486, sem contar impostos). O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, fez o anúncio pessoalmente na conferência anual da empresa, Meta Connect.

Além dos óculos em si, Zuckerberg mencionou novos recursos de inteligência artificial e de projeção de realidade aumentada. O executivo trabalha para mostrar resultados dos investimentos nesta última tecnologia, que inspirou a mudança de nome da empresa para Meta.

Meta lança headset de realidade virtual Quest 3. Imagem de divulgação mostra mulher usando aparelho. Ela é negra, tem cabelos trançados, veste bata roxa e calça verde.
Meta lança headset de realidade virtual Quest 3 - Divulgação

As apostas para o evento são altas, visto que no ano passado os investidores criticaram a empresa controladora do Facebook e do Instagram por gastar muito com o metaverso. Esses custos levaram Zuckerberg a demitir dezenas de milhares de funcionários neste ano.

O evento, transmitido no Facebook, passou por falhas técnicas antes do início, como um atraso de meia hora, problemas de som e uma interrupção no sinal. Em letras pequenas exibidas antes da exposição, a Meta preveniu que datas de anúncios e outras informações podem mudar com o tempo.

Superados os problemas, Zuckerberg prometeu óculos 40% menores, mais leves, duas vezes mais potentes e com mais sensores.

A Meta vende quase 80% de todos os headsets de VR e AR [realidade aumentada], mas o mercado em si é relativamente pequeno comparado ao de smartphones, PCs ou consoles de jogos, com menos de 9 milhões de unidades vendidas no ano passado, segundo o IDC.

A exemplo dos óculos anunciados pela Apple no primeiro semestre, Vision Pro, o headset da Meta recorre à realidade mista para tentar tornar o produto mais atrativo. Nessa modalidade de simulação, o aparelho mistura estímulos do mundo real com projeções feitas por computador, ao contrário da imersão total garantida pela realidade virtual.

O modelo da Meta sai mais barato do que o concorrente da Apple, que deve chegar ao mercado em 2024 por US$ 3.500. A empresa de Zuckerberg está neste mercado desde 2018, com o Oculus Quest,

"O Quest 3 é o primeiro equipamento popular de realidade mista", disse Zuckerberg. A tecnologia já estava disponível em ambientes corporativos e industriais, a partir de headsets como as Hololens da Microsoft, usadas, por exemplo, pela Embraer na construção de aviões.

No entanto, o Quest 3 não parece ter a capacidade de rastrear movimentos dos olhos, função disponível tanto no Vision Pro quando no headset da Sony, o PlayStation VR2, que ajustam a tela conforme o lugar para onde o jogador olha.

Na concorrência com os videogames, por outro lado, os óculos da Meta saem por preços similares aos dos concorrentes populares: PS5 e Xbox Series X.

Zuckerberg, aliás, começou a apresentação com informações voltadas ao público gamer, como datas de lançamentos de jogos (como Assassin's Creed Nexus) e informações de processamento gráfico do Quest 3. Nos primeiros lançamentos de óculos de realidade aumentada da Meta, a empresa tentou se distanciar dos videogames para vender uma versão mais ampla de metaverso.

Ainda assim, o fundador do Facebook afirmou que óculos inteligentes serão o equipamento capaz de aliar criações de inteligência artificial com novas formas de interação, como realidade virtual e mista. Esse, segundo Zuckerberg, seria o caminho para levar a experiência de metaverso além dos jogos.

A Meta vende quase 80% de todos os headsets de VR e AR (realidade aumentada, em português), mas o mercado em si é relativamente pequeno comparado ao de smartphones, PCs ou consoles de jogos, com menos de 9 milhões de unidades vendidas no ano passado, segundo o IDC.

Assistente virtual

A controladora do Facebook também desenvolveu um assistente virtual equipado com seu modelo de inteligência artificial generativa da Meta, LLaMA 2. Chamada de Meta AI, a tecnologia foi desenvolvida em parceria com a Microsoft e pode acessar informações em tempo real, com auxílio do buscador Bing.

Modelos de linguagem natural como o ChatGPT, em geral, são limitados às informações disponíveis durante o treinamento da IA.

O chatbot da Meta estará disponível em diferentes plataformas da Meta: Facebook, Instagram, WhatsApp e no Meta Quest 3.

O assistente da Meta poderá se comunicar a partir de diferentes personagens, como uma cópia feita por IA do ex-marido de Gisele Bündchen, Tom Brady (também ex-jogador de futebol americano), da supermodelo Kendall Jenner e do rapper Snoop Dogg. Empresas poderão desenvolver outros personagens para a plataforma.

Óculos inteligente em parceria com a Rayban

A Meta também anunciou novos óculos inteligentes em parceria com a Rayban, mais parecidos com as lentes usadas no dia a dia. O equipamento tira fotos, grava áudios, projeta hologramas e tem acesso a aplicativo da Meta, o que incluirá o assistente Meta AI.

"Essa será a forma de deixar uma inteligência artificial ver o que você enxerga e escutar o que você ouve", afirma Zuckerberg.

IA nas redes sociais

Zuckerberg também anunciou que as redes sociais da Meta, Instagram, Facebook e WhatsApp terão novas funções de inteligência artificial generativa, como editores de imagens inteligentes e geradores de figurinhas

Será possível, por exemplo, descrever uma figurinha dentro do WhatsApp e receber a figurinha descrita para uso no aplicativo.

As atualizações devem chegar primeiro ao Instagram, em outubro.

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