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Em guerras, hackers preferem espionagem a destruição, diz Microsoft

Relatório aponta que ciberataques priorizam espiar estratégias de adversários

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Paris | AFP

Os ciberataques no mundo têm um perfil menos destrutivo e se baseiam mais em operações de espionagem desde o início da guerra na Ucrânia e também como resultado do endurecimento da geopolítica mundial, aponta um relatório da Microsoft publicado nesta quinta-feira (5).

Segundo o Relatório de Defesa Digital da Microsoft (MDDR, na sigla em inglês), as atividades cibernéticas dos Estados e de atores privados que trabalham para eles "negligenciaram os ataques destrutivos [destinados a danificar diretamente o alvo] volumosos há um ano, em favor de campanhas de espionagem", que são muito mais difíceis de perceber.

Sombra de um homem digitando aparece em um fundo com uma série de códigos de programação
Relatório da Microsoft aponta que hackers atuaram majoritariamente como espiões na guerra da Ucrânia - Kacper Pempel/Reuters

Ativistas apoiados pela Rússia e Irã "aumentaram suas capacidades de coletar" informações, especifica o documento, afirmando que "quase 50% dos ataques russos observados contra as redes ucranianas ocorreram nas primeiras seis semanas de guerra", e depois diminuíram.

A gigante da tecnologia americana ainda ressaltou a crescente relação entre as operações cibernéticas e a propaganda, com o objetivo de "manipular as opiniões mundiais e nacionais para enfraquecer as instituições democráticas" de seus adversários, especialmente as lacunas sociais existentes.

Neste sentido, a expansão destas ações tecnológicas russas sugere que "todo governo [...] ou infraestrutura essencial de um país que fornece ajuda política, militar ou humanitária à Ucrânia" poderá ser atacado. Cerca de 48% dos ataques russos visaram a Ucrânia, e um terço deles se dirigiu a países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), como Estados Unidos, Reino Unido e Polônia.

Por outro lado, a Microsoft afirma que "a atividade cibernética apoiada pelo Estado chinês em torno do mar da China meridional ilustra os objetivos estratégicos de Pequim na região e o aumento das tensões com Taiwan". Mas muitas destas operações "parecem relacionadas a objetivos de coleta de informação de inteligência".

A empresa americana constatou que tanto o Irã quanto a Coreia do Norte "mostraram maior sofisticação em suas operações cibernéticas, reduzindo as diferenças" com as grandes potências deste âmbito: China e Rússia.

A MDDR também alerta para a crescente coordenação entre os países e "hackativistas" no contexto do conflito na Ucrânia, além de uma proliferação de atores não estatais em todo o planeta, aos quais denominou de "cibermercenários".

"O crescimento maciço deste mercado representa uma ameaça real para a democracia, a estabilidade mundial e a segurança online", completa o informe.

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