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IBM suspende anúncios no X (ex-Twitter) após publicidade aparecer ao lado de conteúdo nazista

Consultoria identificou referências positivas a Adolf Hitler e seu partido na rede social

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Yuvraj Malik David Gaffen
Bengaluru e Nova York | Reuters

A IBM informou nesta quinta-feira (16) que suspendeu imediatamente toda a publicidade no X, ex-Twitter, de propriedade de Elon Musk, após um relatório constatar que seus anúncios foram exibidos ao lado de conteúdo em prol de Adolf Hitler e do Partido Nazista.

O relatório veio a público um dia depois de Musk endossar uma publicação antissemita no X, que afirmava falsamente que membros da comunidade judaica estavam incitando ódio contra pessoas brancas.

Elon Musk, chefe-executivo da SpaceX e Tesla e dono X, ex-Twitter, em evento em Paris, na França
Elon Musk, chefe-executivo da SpaceX e Tesla e dono X, ex-Twitter, em evento em Paris, na França - Gonzalo Fuentes/Reuters

A organização de monitoramento de mídia Media Matters afirmou ter descoberto que anúncios corporativos da IBM, Apple, Oracle e Xfinity da Comcast estavam sendo veiculados junto a conteúdo antissemita.

"A IBM não tolera discurso de ódio e discriminação e suspendeu imediatamente toda a publicidade no X, enquanto investigamos essa situação totalmente inaceitável", disse a IBM em comunicado.

Apple, Oracle e Xfinity não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

O X disse que seu sistema não coloca intencionalmente marcas "ativamente ao lado desse tipo de conteúdo" e que o conteúdo citado pela Media Matters não seria mais capaz de lucrar com suas publicações.

Os comentários de Musk desta quarta-feira (15) na rede social não são a primeira vez que ele se envolve em discussões com referências a estereótipos antissemitas ou teorias da conspiração.

O X se recusou a comentar e se referiu a uma declaração da sua presidente-executiva, Linda Yaccarino, publicada nesta quinta-feira.

"Quando se trata desta plataforma —o X também tem sido extremamente claro sobre nossos esforços para combater o antissemitismo e a discriminação. Não há lugar para isso em qualquer lugar do mundo —é feio e errado. Ponto final", disse Yaccarino.

Na quarta-feira, após ser questionado por outro usuário sobre ter como alvo todos os judeus, Musk atacou a Liga Antidifamação, organização sem fins lucrativos que trabalha para combater o antissemitismo, a qual ele acusou anteriormente, sem evidências, de ser responsável pela queda na publicidade no X.

O presidente-executivo da entidade judaica, Jonathan Greenblatt, respondeu no X que, "em um momento em que o antissemitismo está explodindo na América e aumentando em todo o mundo, é indiscutivelmente perigoso usar a influência para validar e promover teorias antissemitas".

Anunciantes têm fugido da plataforma desde que Musk a comprou e reduziu a moderação de conteúdo, o que resultou em um aumento significativo de discursos de ódio no X, afirmaram grupos de direitos civis.

A agência Reuters noticiou em outubro que a receita mensal de publicidade do X nos EUA diminuiu pelo menos 55% ano a ano a cada mês, desde que Musk comprou a empresa em outubro de 2022, citando dados de terceiros.

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