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07/03/2013 - 03h00

Ouro dos altares evoca a riqueza de Ouro Preto

DO ENVIADO A OURO PRETO

A antiga Vila Rica, berço de Aleijadinho, da arte barroca em terras brasileiras e da Inconfidência Mineira, é a "menina dos olhos" entre as cidades históricas de Minas.

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Seu prestígio, adquirido no auge do ciclo do ouro do período colonial, tornou-a a segunda capital mineira, desbancada somente quando Belo Horizonte foi construída no pé da serra do Curral, no fim do século 19.

Ouro Preto manteve-se símbolo de como vivia a sociedade barroca mineira em meio ao poder censório do reino português e das ordens religiosas -e ao mesmo tempo em que eclodiam as ideias libertárias do Iluminismo.

A cidade tem um dos mais completos e preservados conjuntos arquitetônicos da época colonial brasileira -é Patrimônio da Humanidade declarado pela Unesco.

Nas igrejas de Ouro Preto, o barroco se manifesta em fachadas suntuosas, mas também, e sobretudo, nos altares decorados com talhas douradas, nas colunas retorcidas, nas centenas de esculturas de santos e anjos e nas pinturas nas paredes e no teto recriando cenas bíblicas.

As festas religiosas são outro símbolo da sacralidade cultural de Ouro Preto. Na Semana Santa, procissões e cerimônias religiosas revivem as tradições e as rivalidades das irmandades do século 18.

O tapete multicolorido (de serragem, casca de ovo, flores, pó de café e areia) que adorna ruas do centro histórico antes da Páscoa é um convite a desbravar os baús de tesouros encerrados nas igrejas da cidade.

Pai e filho
A igreja de São Francisco de Assis é a que mais desperta interesse no visitante. Foi concebida por Aleijadinho e Manoel da Costa Athayde, entre 1765 e 1810.

Contudo não é considerada a mais suntuosa de Ouro Preto. Tal título talvez caiba à matriz de Nossa Senhora do Pilar, de 1733, trabalhada em ouro e prata.

A igreja de Nossa Senhora do Carmo, concluída em 1772, também merece ser visitada. Na sua construção trabalharam duas gerações de artistas de uma mesma família: o projeto inicial do templo é de Manoel Francisco Lisboa, arquiteto português que teve, com uma escrava, um filho que viria a sucedê-lo na consecução da obra, o mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Douglas Cometti/Folhapress
Torres da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, Minas Gerais
Torres da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, Minas Gerais

Com imagens de santos negros e, na pintura do forro, de um papa negro, a igreja de Santa Efigênia também foi projetada pelo pai de Aleijadinho, bem como a matriz Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias (sim, Ouro Preto tem duas igrejas matrizes, devido à rivalidade entre bandeirantes e portugueses).

Dias foi o bandeirante que fundou Ouro Preto, em 1699. Sua matriz foi erguida entre 1727 e 1760, e nela está enterrado Aleijadinho.

O circuito da arte sacra também se estende por alguns oratórios coloniais remanescentes na cidade. Eram muitos no período colonial, construídos nas ruas para afugentar os maus espíritos.

E há, por fim, a coleção de arte sacra do Museu da Inconfidência (ingresso a R$ 8).

O museu está instalado no prédio da Câmara e da cadeia colonial. Seu acervo sacro inclui pinturas de Athayde (como o "São Jerônino") e esculturas de Aleijadinho (como uma imagem de são Jorge esculpida entre 1797 e 1803), além de castiçais, oratórios e até altares do século 18.

Mas a sua principal atração é a história dos inconfidentes e do movimento pela emancipação do Brasil. (EUCLIDES SANTOS MENDES)

 

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