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17/06/2012 - 17h12

Painel pede desmatamento zero até 2020

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CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Atualizado às 20h46.

O diálogo temático sobre florestas da Rio +20 deixou como recomendação aos chefes de Estado zerar o desmatamento líquido no mundo até 2020.

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Isso significa que, se a meta for cumprida, em oito anos o total de florestas derrubadas no mundo não poderá ser maior do que o de florestas que se regeneram.

O desmatamento zero, curiosamente, não figurava entre as dez recomendações mais votadas no debate on-line que precedeu a mesa-redonda ontem no Rio. Ele foi incluído pelos próprios membros do painel, alguns dos quais aproveitaram para criticar a reforma no Código Florestal brasileiro.

Os apelos pelo desmatamento zero vieram dos brasileiros Guilherme Leal, dono da Natura, e André Freitas, diretor do Imaflora, maior instituição certificadora de madeira do país; da equatoriana Yolanda Kakabadse, presidente do WWF mundial; e do alemão Klaus Töpfer, ex-secretário-executivo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

"Precisamos que governos se comprometam com um mundo de desmatamento zero", disse Freitas. "Desmatamento líquido zero em 2020", pediu Kakabadse. "[Precisamos da] eliminação do desmatamento", disse Leal, interrompido por aplausos.

A coisa mais próxima disso nas recomendações mais votadas on-line era a restauração de 150 milhões de hectares de terras desmatadas e degradadas até 2020 -- que calha de ser algo com que o mundo já se comprometeu, na conferência da biodiversidade de Nagoya, em 2010.

"Acho que é preciso parar o desflorestamento antes de começarmos a falar em reflorestamento", afirmou Töpfer, último a falar no painel.

Freitas e Kakabadse fizeram críticas ao Código Florestal brasileiro, aquele explicitamente, esta de forma velada. "Existem países no mundo, como o Brasil, onde ainda é legal fazer desmatamento. Existem países no mundo onde os membros de um Congresso eleito querem dar anistia a desmatadores ilegais", disse Freitas, também interrompido por uma salva de palmas.

Único representante dos povos indígenas no painel, o cuna panamenho Estebancio Castro Díaz, secretário-executivo da Aliança dos Povos Indígenas e Tribais das Florestas Tropicais, reclamou que o formato dos diálogos -- um debate on-line -- acabou limitando a participação justamente dos povos que habitam as florestas.

"Não há nenhuma recomendação específica sobre povos indígenas. Podemos dizer que, por falta de internet nas florestas e nas terras indígenas, não pudemos votar emn recomendações."

 

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