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Longe da COP, legisladores debatem acordo "realista"
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GABRIELA MANZINI
DA CIDADE DO MÉXICO
Legisladores de 12 países se reuniram neste fim de semana na Cidade do México, em paralelo à COP-16, que acontece em Cancún, em uma tentativa de formular um acordo climático que seja "politicamente realista" em contraposição à "busca pela solução perfeita".
"Não adianta ter um documento ambicioso que não será aprovado", diz Terry Townshed, diretor do Globe. O objetivo do encontro, diz, era compartilhar experiências nacionais, principalmente no que diz respeito a leis, na busca de um acordo que não perca vista a realidade política de cada país.
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Muitos dos parlamentares, deputados e senadores presentes ao encontro, porém, pertencem à oposição ou a minorias partidárias. "Claramente, nem todos os legisladores que aqui estão podem garantir aprovação de um acordo nos seus Congressos", admite Townshed. "Não estamos dizendo que nosso documento final seja ratificável, mas ele conta com algum apoio em todos esses países."
O Globe possui membros nas 16 maiores economias do mundo --que concentram 75% das emissões de gases de efeito estufa--, inclusive nos EUA. Porém, dada a realização da última sessão do ano no Congresso americano, nem democratas nem republicanos nem independentes puderam comparecer ao encontro na Cidade do México.
"Se quisermos algum progresso, precisamos deixar os EUA para trás", defendeu Hermann Ott, do Partido Verde alemão. Para ele, países que condicionam sua participação à dos EUA e da China se escondem atrás de uma "cortina de fumaça", para evitar pressão. "Não existe hipótese de os EUA assinarem um acordo do clima nos próximos dez anos."
Entre os que reivindicaram a inclusão não só de EUA mas também de UE, Índia e China estão os canadenses. "Ou não há motivo para acordo", argumentou Bryon Wilfert. "Minha posição é que se continue insistindo que os EUA participem, porque eles são uns dos maiores poluidores do planeta", disse a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), chefe da delegação brasileira.
Houve ainda quem defendesse o fim das negociações. Os russos causaram alguma indisposição ao afirmarem que seu país se beneficia do aquecimento global, já que é o "mais frio do mundo". "Quanto mais quente, melhores colheitas."
Com tantas discordâncias, o que o documento final do encontro afirma é que um futuro consenso só será eficaz se prever estabilidade climática, assegurar a participação de todos os países e for considerado justo por todos. O texto será apresentado amanhã ao presidente do México, Felipe Claderón, em Cancún. "Não afetamos a COP, mas ela também não é realista", afirma o Globe.
A repórter viajou a convite do IPS
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