"The Post — A Guerra Secreta" é um ótimo filme. Vale pela história (a batalha do jornal Washington Post para publicar os documentos secretos da guerra do Vietnã). Vale pelo desempenho de Tom Hanks no papel do editor Ben Bradlee, e vale, sobretudo, por Meryl Streep no papel de Katharine Graham, a dona do jornal.
O filme conta uma história do tempo das caravelas, pois aquela carpintaria do jornalismo de 1971 não existe mais. Hoje a história dos Pentagon Papers aconteceria de outro jeito. As 14 mil páginas de documentos secretos caberiam num pendrive e iriam para a internet, como foram para o WikiLeaks os papéis do soldado Bradley (atual Chelsea) Manning.
Na atual composição da Corte Suprema, o 6x3 de 1971 não se repetiria.
O episódio do filme transformou Katharine Graham na mulher mais poderosa de Washington. Ninguém dava nada pela princesinha judia maltratada pelo marido que assumiu o jornal quando ele se matou. (Era doido de pedra.) Ela sabia mandar. Numa ocasião o poderoso secretário de Estado Henry Kissinger perguntou-lhe por que não era mais convidado para seus jantares. Resposta: porque você recusou um convite por meio de um telefonema de um assessor.
BARAFUNDA
O doutor Henrique Meirelles extinguiu a Secretaria de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda. A pata da girafa fica visível quando se sabe que ele criou outra, a de "Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias". Será a secretaria do X-Tudo, sob o comando do economista Mansueto Almeida.
Seria mais fácil chamá-la apenas de "Secretaria do Mansueto".
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