Luciana Coelho

Secretária-assistente de Redação, foi editora do Núcleo de Cidades, correspondente em Nova York, Genebra e Washington e editora de Mundo.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Luciana Coelho

O que sobra ainda para Walter White fazer?

O fim está próximo, e quem acompanha "Breaking Bad" só não está mais desconsolado porque o episódio da semana passada foi uma obra-prima digna de qualquer lista de melhores coisas feitas para a TV.

Mas, nesta noite, quando for ao ar nos EUA o penúltimo capítulo da história do professor de química convertido em traficante de metanfetamina, faltarão apenas 75 minutos para sabermos o destino de Walter White, Jesse Pinkman e Skyler White. E aí, o vazio.

Se você não está entre aqueles encarando o relógio com um híbrido de ansiedade e negação, desista da coluna hoje para evitar saber do episódio passado.

Se você está, o consolo: os capítulos de hoje e o derradeiro, semana que vem, serão mais longos que o habitual, anunciou o canal AMC, que produz a série.

A derrocada moral de Walt/Heisenberg entrou em sua espiral final. E não foi com a morte de seu cunhado Hank (Dean Norris, sensacional), executado pelo líder de uma gangue de traficantes neonazistas ao ter a identidade de agente antidrogas descoberta.

Essa cena --um dos assassinatos mais doídos da TV, talvez ao lado do de Teri Bauer em "24 Horas"-- serviu só para lembrar que o embate entre o médico e o monstro do químico vivido por Bryan Cranston, tão legítimo no início, não vai muito além de palavras.

Assim como a decisão do tio Jack (a série tem obsessão com tios?) estava selada, como disse Hank, a de Walt também estava.

Tampouco degringolou no telefonema para sua mulher e cúmplice Skyler. Com o protagonista presumivelmente ciente de que a polícia ouvia, apesar da raiva, a ligação serviu para eximi-la em um futuro processo.

Se doeu para uns, serviu de expurgo para os odiadores da personagem (Anna Gunn, que vive Skyler, disse em artigo no 'New York Times', ter recebido ameaças de morte).

A espiral final não foi desencadeada nem com a ordem para matar Jesse, seu pupilo-antagonista. Não. O fundo do poço, o que assustou até quem sabe que Walter White não tem redenção, veio com o sinal verde para a gangue neonazi torturar o ex-aluno como (e para o que) bem entendesse.

"Ozymandias", o episódio que leva o nome do poema sombrio de Percy Shelley (1792-1822) lido no trailer desta temporada, é o fim de tudo. Depois dele, fica difícil imaginar o que resta.

Mike "reviverá" para ajudar Jesse? Saul ainda tem truques para seu cliente mais exigente? Skyler se vingará? E Marie? Lydia dirá a que veio? Walt pagará da forma convencional --à Justiça-- por seus crimes? Sobretudo, e depois de tudo, como será o embate final entre Jesse Pinkman e Walter White?

A última temporada de "BREAKING BAD" estreia no Brasil às 22h do dia 4, no AXN

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.