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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Enxugamento de subsídio ao seguro rural muda estratégia do setor

Crédito: Mauro Zafalon/Follhapress Milho sai de colheitadeira para carroceria de caminhão em lavoura no norte do Paraná
Milho sai de colheitadeira para carroceria de caminhao em lavoura no norte do Paraná

As seguradoras que oferecem cobertura a agricultores têm alterado suas estratégias para compensar a redução de subsídios do governo.

O valor originalmente destinado à subvenção ao prêmio do seguro rural em 2018 caiu de R$ 550 milhões para R$ 395 milhões.

Essa mudança leva a uma maior oferta de linhas que não dependem do orçamento federal, como a que segura as receitas do agricultor, diz Wady Cury, presidente da comissão do segmento na FenSeg (federação do setor).

"Para quem planta café, milho e soja, principalmente, o ideal é que seguremos mais o faturamento do que o risco climático. É algo que deverá ganhar força em 2018", diz Fernando Barbosa, presidente da área no BB Mapfre.

Cerca de 25% dos prêmios emitidos pelo grupo no ramo agrícola são desse tipo.

"Como nunca há certeza do orçamento do programa de subvenção, fizemos um modelo de negócio que anda sozinho", afirma Barbosa.

"A maior preocupação é a Selic (taxa básica de juros). Estamos estudando como a queda afeta a contratação."

A redução dos juros pode levar a uma alta de preços para compensar a perda de receita das seguradoras, já que parte significativa de seus ganhos financeiros são atrelados a títulos públicos.

A Swiss Re Corporate Solutions diz não acreditar em um corte drástico dos subsídios, mas afirma que também tem trabalhado modalidades que independem do governo.

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Gastos de planos de saúde sobem 15,4% em 2017 e quebram recorde

O gasto das empresas de plano de saúde com exames, consultas e procedimentos médicos subiu 15,4% em 2017, segundo a Abramge (que representa o setor).

As chamadas despesas assistenciais totalizaram R$ 156,5 bilhões, o maior valor já registrado, de acordo com cálculo baseado em dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

"O crescimento era esperado, isso ocorre ano após ano", diz Reinaldo Scheibe, presidente da Abramge.

"A questão é como achar soluções para evitar essa alta. Se esse ritmo se mantiver, haverá um encolhimento do acesso aos planos."

As receitas do setor também têm aumentado a uma velocidade inferior à das despesas, afirma Scheibe.

Além dessa disparidade, as operadoras do país perderam cerca de 950 mil beneficiários em suas carteiras no ano passado, o que elevou o gasto médio com cada um deles, segundo a entidade.

O custo anual per capita, ao se considerar pessoas físicas e jurídicas, teve a maior variação desde 2008. Subiu 17,8% e chegou a cerca de R$ 3.305. Esse valor era de R$ 2.806 em 2017.

Pequenos à venda

O mercado de livrarias deverá passar por novos processos de consolidação e expansão em 2018. São esperadas, porém, compras de pequenos negócios por redes em vez de aquisições maiores.

O segmento registrou neste ano duas grandes operações: as da Fnac e da Estante Virtual pela Cultura.

"Vendas grandes não vão se repetir tão cedo, mas veremos menores sendo comprados com frequência", diz Marcus Teles, sócio da Leitura.

A empresa, que tem 67 unidades, vai abrir mais quatro livrarias em 2018. Dessas, ao menos duas serão aquisições.

"Haverá mais expansões das redes, há um movimento de concentração do mercado e 80% das empresas do setor são familiares", diz o presidente da associação nacional das livrarias, Bernardo Gurbanov.

A Saraiva, que fechou 12 unidades e abriu oito em 2017, vai inaugurar duas neste ano. Ainda não há previsão de fechamento. Já a Livraria da Vila, que tem 10 pontos, vai abrir uma em abril.

Sem concorrência

Os Correios contrataram, sem licitação, o escritório de Vinicius Marques de Carvalho, presidente do Cade entre 2012 e 2016, para sua defesa em ação movida contra a empresa no órgão desde 2013.
Nela, o sindicato das transportadoras de cargas e a Febraban (federação dos bancos) alegam que a estatal busca ampliar seu monopólio sobre a entrega de cartas para outros produtos por meio de ações judiciais sem fundamento.

Para os Correios, o processo "exige conhecimentos específicos sobre o Cade", e a licitação no caso não é exigível.

A lei permite a dispensa quando uma empresa for "indiscutivelmente" a mais adequada para prestar os serviços.

"Existem outros profissionais qualificados a fazer defesas do tipo", diz Eduardo Molan, advogado das entidades.

Segundo o escritório VMCA, "não há impedimento" à atuação de Carvalho no caso.

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI e IVAN MARTÍNEZ-VARGAS

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