O São Paulo abre o Paulista na quarta-feira (17), às 19h30, em Sorocaba, contra o São Bento. A campanha estadual, sempre desprezada no Morumbi, pode servir para quebrar o maior jejum de títulos desde o complemento da obra de seu estádio, em 1970.
Depois de passar treze anos sem troféus até o final da década de 1960, maior seca são-paulina, o máximo de tempo sem taça foi quatro anos, entre 1971 a 1975 e entre a Copa Conmebol 1994 e o Paulista 1998. Agora é maior. Já são seis anos sem nenhuma conquista e treze sem o estadual.
O São Paulo tem a feroz concorrência do Atlético-MG e também Palmeiras e Corinthians tentando atravessar o acordo com Scarpa. Concretamente, o clube perdeu Hernanes e contratou Diego Souza, apresentado por Raí com a camisa 9.
Está claro que, para Diego Souza, ser o centroavante pode ajudar a vencer a suposta concorrência com Firmino pela vaga de reserva de Gabriel Jesus e chegar à Copa do Mundo. Pode. Mas não é correto pensar que Tite observe Diego Souza como centroavante puro, função desempenhada por Gabriel Jesus e por Firmino.
Diego Souza pode ganhar uma vaga na Copa e Firmino também estar presente. Depende do quebra-cabeça das outras posições. Por exemplo, se Tite chegar à conclusão de que Coutinho pode ser titular da ponta direita e também reserva de Renato Augusto, abre-se uma posição na convocação que tem sido de Giuliano ou de Diego.
Neste caso, Diego Souza pode ir à Rússia como curinga. Opção para mudar o sistema para 4-2-3-1 ou para ser reserva de Gabriel Jesus como pivô.
A diferença fica bem definida para quem tem a lembrança do título brasileiro do Corinthians, em 2011. O titular da camisa 9 era Liédson, que convivia com lesão de joelho crônica e não entregava o desempenho que dele se esperava. Quando faltou o atacante, mesmo com Adriano no grupo de jogadores, o titular passou a ser Danilo.
Adriano foi decisivo ao entrar no segundo tempo contra o Atlético-MG e marcar o gol da vitória, mas quem começava as partidas, sem Liédson, era Danilo. E o já veterano meia nunca atuava como centroavante. Danilo fez só três gols na campanha do Brasileiro. Liédson fez 12.
É como pivô que Tite pensa em Diego Souza.
Só que, agora, é de um goleador a sede da torcida do São Paulo.
Não há comparação entre a capacidade de decidir jogos de Diego Souza e Danilo. Diego é mais imprevisível, goleador e decisivo.
Também é impossível discutir quem estará mais presente e será mais lembrado daqui a dez anos. Danilo está na história do São Paulo e do Corinthians, identificou-se com ambos, ganhou Libertadores e Mundial nos dois clubes. Diego Souza não tem nenhuma relação com nenhum dos doze times por onde passou.
Será diferente se brilhar no São Paulo e devolver ao Morumbi o direito de gritar "campeão."
Na chegada, o técnico previa uma conversa com Diego Souza para entender de que maneira prefere jogar. Como ponta de lança, atrás do centroavante, ou no ataque.
Com a saída de Lucas Pratto, restou uma missão a Diego Souza: ser a referência na frente.
A QUEDA
Bi da Liga dos Campeões e do Mundial e a 19 pontos do Barcelona! Incrível o Real Madrid, de números espantosos e desempenho lastimável, como na derrota para o Villarreal. Mais incrivelmente ainda, Zidane tem aproveitamento no Real melhor do que Guardiola no Manchester City.
O ESTADUAL
Como o São Paulo, o Palmeiras estreia no Paulista em busca do fim de uma seca de títulos. No estadual, não vence desde 2008. De 18 de janeiro, quando começa sua campanha, até 3 de abril, o Palmeiras terá só um jogo de Libertadores paralelamente ao Paulista.
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