Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Europa reduz área de plantio e pode favorecer Brasil

Crédito: Paulo Pinto/CBJ A judoca Stefannie Arissa Koyama, que disputará o Mundial de Budapeste pela seleção brasileira
Plantação em Meteren, na França

Índia, China e outros países da Ásia são promessas concretas para o agronegócio brasileiro nos próximos anos. Mas há mercados mais próximos e bastante promissores. É o caso do da Europa.

Em 2030, a área dedicada à agricultura e à pecuária será 2% inferior à atual nos 28 países da União Europeia. Em relação ao que foi utilizado em 2010, a queda atingirá 4%.

Essa redução de áreas agrícolas se deve à urbanização, adequação do sistema de transporte e pressões ambientais. É o que aponta estudo do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia.

Essa redução de área abre uma oportunidade maior para o Brasil, que tem chances de reutilizar áreas já abertas, principalmente as de pastagens, e elevar a produção interna de grãos e de carnes.

Um dos sinais favoráveis que vem da Europa é para a pecuária brasileira. Os analistas da União Europeia acreditam que as importações de carne bovina, em 2030, vão superar em 22% as atuais.

Essa necessidade de compra externa virá devido a uma queda de 6% no rebanho da região e de uma oferta interna 7% menor de carne bovina.

A avicultura brasileira também será beneficiada nos próximos anos, se as previsões dos europeus se confirmarem.

Haverá um aumento de produção para 14,6 milhões de toneladas nos países do bloco, mas o consumo interno crescerá mais do que a produção.

Ao contrário do que deverá ocorrer com as carnes bovina e suína, a de frango terá evolução no consumo médio per capita. As outras duas terão redução.

Mesmo com a redução na área destinada para a agricultura, a União Europeia espera uma produção de grãos de 341 milhões de toneladas em 2030, 13% mais do que a atual.

A aposta dos europeus para esse crescimento vem da produtividade. Em alguns países do bloco, ela já está perto do máximo produtivo agronômico. Em outros, principalmente nos mais recentes incorporados ao bloco, ainda há espaço para avançar.

Se a aposta dos europeus de uma produção maior de frangos em 2030 se confirmar, boa parte dos grãos para a fabricação de ração virá do exterior, colocando o Brasil como um dos fornecedores.

O lado ruim das previsões do estudo fica para a queda no consumo de carnes bovina e suína na região. Será que se confirma?

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.