A situação econômica se agrava na Venezuela, e o Brasil perde um importante parceiro no agronegócio.
Em 2017, as exportações da agroindústria brasileira para os venezuelanos recuaram para o menor patamar em 12 anos. Se consideradas as exportações totais do Brasil para a Venezuela, o recuo é de 21 anos.
Os venezuelanos, que já chegaram a importar alimentos no valor de US$ 2,9 bilhões do Brasil, em 2014, gastaram apenas US$ 289 milhões em 2017.
A lista dos produtos importados por eles se reduz praticamente a itens básicos.
Em 2008, ano do recorde da relação comercial entre os dois países, a Venezuela tinha seis produtos não alimentares na lista dos 15 principais importados. No ano passado, o número caiu para apenas dois.
Nessa lista de básicos, a liderança é do açúcar (US$ 74 milhões em 2017), seguido das carnes avícolas (US$ 48 milhões).
Milho, leite, arroz e farinha de trigo completam a lista das principias importações venezuelanas do Brasil.
Esse cenário de economia arrasada na Venezuela trouxe problemas para alguns setores do agronegócio brasileiro. Um deles foi o de exportações de gado vivo.
Líder nas compras de animais vivos do Brasil, a Venezuela saiu desse mercado no ano passado, forçando os exportadores a buscar outros compradores.
Em 2014, as exportações brasileiras de gado em pé para a Venezuela somaram US$ 178 milhões, 73% do total exportado pelo Brasil.
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Com novos mercados, exportação de milho é recorde
Brasil exportou 29,2 milhões de toneladas de milho em 2017, o maior volume já registrado pelo país, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
A queda de preços externos, no entanto, fez a receita ficar em US$ 4,57 bilhões, a quarta maior obtida pelo país.
Em 2013, com exportações de 26,6 milhões de toneladas, as receitas somaram US$ 6,25 bilhões.
O Irã continua liderando as compras do cereal no Brasil. Em 2017, adquiriu 4,8 milhões de toneladas, no valor de US$ 783 milhões.
A produção recorde de milho em 2017 permitiu ao Brasil atingir mercados como os da Irlanda, de Israel e do México, que não haviam adquirido produto brasileiro em 2016.
Outros, como a Itália e Portugal, intensificaram as compras.
China leva 79% da soja brasileira exportada em 2017
As exportações brasileiras de soja em grãos somaram 68,15 milhões de toneladas no ano passado, um recorde histórico e alta de 32% em relação a 2016. A China adquiriu 79% desse produto exportado.
As receitas oriundas da venda da soja em grãos renderam US$ 25,7 bilhões, dos quais US$ 20,3 bilhões vieram das mãos dos chineses.
A Espanha, segunda maior importadora, comprou 2 milhões de toneladas, no valor de US$ 758 milhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
As receitas totais do complexo soja (grãos, farelo e óleo) somaram US$ 31,6 bilhões no ano passado.
Frango - As exportações totais de carne de frango renderam US$ 7,24 bilhões em 2017, 6% mais do que em 2016. Os dados incluem as vendas externas de carnes "in natura" e processadas. Os dados são da ABPA (Associação Brasileira de Proteínas Animal).
Suínos - A ABPA aponta também US$ 1,5 bilhão nas receitas obtidas das exportações de carne suína, 9% mais do que em 2016. O volume caiu para 593 mil toneladas, 6% menos. Os dados se referem apenas à carne "in natura".
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