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25/09/2012 - 17h19

Clássico bolinho de feijoada do Aconchego Carioca chega a São Paulo; aprenda a receita

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ANDRÉ BARCINSKI
COLUNISTA DA FOLHA

Botequeiros paulistanos poderão conferir, a partir de hoje, dia 25, o que os colegas cariocas já conhecem há um bom tempo: os bolinhos, pratos e cervejas do Aconchego Carioca.

O famoso boteco carioca inaugura hoje sua filial nos Jardins, trazendo as especialidades de sua dona, Katia Barbosa.

"Eu gostava muito de cozinhar, mas era uma coisa de amadora mesmo", lembra Katia, uma carioca filha de paraibanos, que aprendeu a cozinhar vendo a mãe, lavadeira, preparar pratos típicos sertanejos como galinhada, cabrito e carne de sol. O pai de Katia era camelô e vendia cocada na porta de cinemas. "Ele tinha uma receita secreta de cocada."

Gustavo Pellizzon/Divulgação
Chef Kátia Barbosa, no bar Aconchego Carioca, no RJ
Chef Kátia Barbosa, no bar Aconchego Carioca, no RJ

Hoje, o Aconchego Carioca é um sucesso no Rio. Nos finais de semana, a fila para provar os pratos mais famosos da casa - o bobó de camarão e o bolinho de feijoada- chega a duas horas. Um bar vizinho sobrevive só da fila do Aconchego, tanto que se chama "Bar da Frente".

Nem sempre foi assim. Há sete anos, o lugar quase fechou. O Aconchego era um boteco decadente, com comida mediana e uma clientela suspeita. "Lá só tinha prostituta e cachaceiro. Eu não agüentava mais lidar com bêbados, era muito chato."

O trabalho no restaurante foi a salvação de Katia, que na época ganhava a vida vendendo jóias. "Botei na cabeça que o Aconchego tinha que dar certo. Resolvemos arriscar: começamos a melhorar a comida e a oferecer boas cervejas, para tentar melhorar o nível do público."

A primeira providência de Katia foi incrementar o cardápio. A segunda foi instituir os 10% de taxa de serviço. "Só o fato de cobrar os 10% espantou boa parte da clientela de bêbados e chatos", diz Kátia.

Os primeiros pratos do novo cardápio foram bobó de camarão, camarão na moranga, escondidinho e baião de dois, que Katia aprendeu com a mãe.

BOLINHO IDEAL

A guinada do Aconchego Carioca começou para valer quando Katia criou seu bolinho de feijoada, uma iguaria recheada com couve e que é, hoje, o carro-chefe do boteco. Foram dezenas de testes até chegar ao bolinho ideal.

"Quando eu era criança e não queria comer, minha avó fazia uma misturinha de feijão com farinha e me dava", lembra a cozinheira. "O bolinho de feijoada nasceu daí. Depois, tivemos a idéia de rechear com couve. E descobri que, se você congelasse o bolinho e fritasse depois, a couve ficava verde e fresquinha."

Gustavo Pellizzon/Divulgação
"[Bolinho de feijoada]":http://receitas.folha.com.br/receita/2388 do bar Aconchego Carioca
Bolinho de feijoada do bar Aconchego Carioca

Hoje, o Aconchego Carioca do Rio vende cerca de dez mil bolinhos de feijoada por mês, 30% deles para outros restaurantes. Katia diz que o petisco é um dos mais copiados em todo o Brasil.

"Eu acho engraçado quando visito um lugar e vejo um bolinho parecido com o nosso. Eu nunca achei legal copiar ninguém. Quando pensei em fazer um bolinho de aipim, um monte de gente me disse para copiar o do Bracarense, que é o mais conhecido do Rio, mas eu não acho isso legal, prefiro criar uma coisa nova."

Logo, começaram a pipocar em jornais menções ao boteco da Praça da Bandeira que servia um bobó sensacional.

Um dia, uma cliente trouxe a família para provar o bolinho de feijoada do Aconchego. O marido da cliente era Claude Troisgros. "Eu fiquei super nervosa", diz Katia. "Sou bicho do mato, nunca imaginei que um dia ia cozinhar para uma chef como o Claude."

Troisgros virou fã da comida de Kátia. Tanto que a chamou para fazer seus bolinhos para os convidados de seu casamento.

GORDON RAMSAY

Katia diz que gostaria de estar mais presente na cozinha, mas que a equipe agradece quando ela fica longe: "Sou muito esquentada, que nem o Gordon Ramsay", diz, se referindo ao ranzinza chefe inglês da TV.

Um de seus destinos prediletos é São Paulo. Katia diz ficar "até desorientada" com tanta opção gastronômica na cidade. Se diz fã do Vito, do AK, do Mocotó, do Acrópole, do Valadares, do Lapinha, do Veloso, do Pirajá. Ficou triste por não ter conseguido visitar o Maní. E diz que sempre sonhou em abrir um Aconchego Carioca na terra da garoa. Agora, tem a chance.

Aconchego Carioca
alameda Jaú, 1372, Jardins - SP, tel. 0/xx/11/3062-8262

 

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