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Líderes asiáticos festejam tímidos consensos da cúpula do clima
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da Folha Online
da France Presse, em Hong Kong
Líderes dos países asiáticos disseram neste domingo estar satisfeitos com o acordo obtido na conferência da ONU sobre o clima em Copenhague. Sem admitir o fracasso em cumprir o seu principal objetivo, que era estabelecer metas para os cortes de emissões de gases-estufa, os asiáticos preferiram ressaltar o consenso sobre a importância dessa redução.
O frágil acordo que encerrou a cúpula do clima não inclui as metas de redução das emissões dos países ricos recomendadas pelos cientistas (-25% a -40% em 2020 em relação a 2005), nem o objetivo de longo prazo para todo o planeta (-50% em 2050). O acordo também não define cronograma para a conclusão de um tratado vinculante, prevista para o fim de 2010.
No entanto, as nações asiáticas, entre elas a China e a Indonésia, dois dos três maiores poluidores do planeta, ao lado dos Estados Unidos, mencionaram "resultados positivos" e afirmaram que o acordo responde à maior parte de suas preocupações.
"Graças aos esforços de todas as partes, a cúpula deu resultados significativos e positivos", disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, citado no site da chancelaria. Sem mencionar explicitamente o acordo, Yang avaliou que a conferência manteve o princípio "de uma responsabilidade comum, mas diferenciada" que reconhece as desigualdades econômicas entre nações ricas e emergentes.
Pequim assumiu o compromisso de reduzir sua "intensidade carbônica (emissões poluentes por unidade de Produto Interno Bruto) entre 40% e 45% daqui a 2020 em relação a 2005.
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, por sua vez, afirmou estar "muito feliz com as decisões tomadas para salvar o planeta e as crianças de nosso país". "O acordo dá uma pista para as negociações que acontecerão na Alemanha em meados de 2010", disse o indonésio em nota publicada em seu site, sem dar mais detalhes. A cidade alemã de Bonn deverá sediar, em junho que vem, a próxima reunião mundial sobre o clima.
O imenso arquipélago é um dos países mais ameaçados pelo aquecimento global. Jacarta prometeu cortar 26% de suas emissões até 2020 em relação a 2005.
Bangladesh, outro país vulnerável às mudanças climáticas, também elogiou os resultados na conferência de Copenhague. O premiê, Sheikh Hasina, chamou o acordo de sucesso e disse que o texto representa "uma conclusão razoável".
Por outro lado, o indiano Rajendra Pachauri, presidente do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima (Giec) e Prêmio Nobel da Paz em 2007, ao lado do ex-vice-presidente americano Al Gore, considerou o acordo insuficiente e defendeu a aprovação rápida de um tratado vinculante.
Copenhague
O resultado da cúpula do clima de Copenhague, que deveria ser o mais importante evento do século, acabou sendo ínfimo por causa do completo desacordo entre os 193 países-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) envolvidos nos diálogos.
No final, ao invés de elaborar um tratado com vínculos legais que definisse metas de corte nas emissões de gases-estufa --o objetivo final da cúpula--, a única coisa que se conseguiu, após 13 dias de negociações, foi um documento de cumprimento opcional segundo o qual o aquecimento global não deverá ultrapassar 2ºC e os países mais desenvolvidos contribuirão com um fundo para auxiliar os mais pobres.
Os termos bastante generalistas foi o máximo que de consenso que se conseguiu alcançar, inclusive no último dia do evento, quando a sessão durou nada menos do que 31 horas. Na sexta-feira (18), Obama, com a mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a esse acordo com Índia e África. Com o documento, os chefes de Estado começaram a sair de Copenhague sem prever que, na madrugada, países como Bolívia, Venezuela e Tuvalu iriam se opor ferozmente à proposta.
Sem unanimidade, o documento ficou ainda mais frágil, pois seu cumprimento passou a ser não obrigatório. A expectativa, agora, é a de que ele dê origem, ano que vem, a um outro, realmente vinculativo. No texto final, metas de corte de gases-estufa estão em branco, para serem listadas (individualmente e sem compromisso) em janeiro. Há apenas uma menção a "reduções significativas".
"Isso é uma carta de intenções, que não define o que fazer em termos legais", disse Yvo de Boer, secretário-executivo da convenção, em comunicado que substituiu uma entrevista. "O desafio será transformar aquilo com que concordamos politicamente em algo real."
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Os bancos produzem 1 trilhão em papel impresso em cima de papel emitido pelo governo, ficam com 10% logo de início, 100 bilhões, pegam essa porcaria que não existe e passa à frente resgatando em troca as riquezas naturais.
Um bando de safados colocou em risco a vida toda de um planeta por um papel impresso combinado com inteligência e falta de caráter.
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