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Governistas barram depoimentos de aliados à CPI das ONGs; oposição reage
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A base aliada do governo conseguiu impedir nesta terça-feira a votação de requerimentos na CPI das ONGs para a investigação de entidades que receberam repasses do Executivo nos últimos anos. Com ampla maioria na comissão, os governistas também se articularam para evitar que o petista Jorge Lorenzetti --conhecido como churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva-- fosse convocado a prestar depoimento à comissão, como queriam o DEM e PSDB.
Lorenzetti, coordenador da área de "inteligência" da campanha à reeleição do presidente Lula, foi acusado de supostamente ter participado da articulação de dossiê que reuniria denúncias contra o então candidato José Serra (PSDB) --governador de São Paulo-- nas eleições de 2006. O suposto dossiê teria sido montado pela família Vedoin, pivô da máfia dos sanguessugas.
A oposição protestou contra a manobra dos governistas, mas com minoria na comissão, acabou derrotada na votação dos requerimentos. "O senador Sibá Machado [PT-AC] veio com um rolo compressor para essa CPI com o objetivo de salvar os membros do governo. É melhor então que essa CPI não exista", criticou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) ameaçou se afastar da comissão caso os governistas impeçam as investigações de ONGs ligadas ao governo federal. "Eu não permanecerei nessa CPI se esse for o modelo. Dessa desmoralização, eu não participarei. O objetivo dessa investigação não é partidária. Nós temos que estar no mesmo lado", defendeu Dias.
Os governistas, por sua vez, consideram legítimo o movimento para impedir a convocação de petistas ou autoridades ligadas a ONGs com vínculos federais. "É da natureza política. Podemos dizer que, em outras comissões que eles tinham maioria, também agiram desta forma", reagiu Sibá.
O presidente da CPI das ONGs, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), admitiu que a comissão terá os trabalhos prejudicados se a disputa política prevalecer sobre as investigações. "Isso é um desastre. Se for assim, a CPI se inviabiliza. A comissão deve ter condição de convocar pessoas que estão com algum tipo de informação que exija isso", protestou.
Blindagem
Apesar das críticas da oposição à manobra governista, DEM e PSDB evitaram pedir investigações sobre a ONG Rede 13 --que teve em sua diretoria Lurian, filha do presidente Lula. Heráclito disse na CPI que a oposição evitou pedir esclarecimentos sobre a entidade para preservar o presidente e assim evitar disputa política.
"Não fizemos um requerimento para investigar a Rede 13 em respeito ao presidente", afirmou.
Heráclito foi contestado por Dias, que rechaçou qualquer acordo para preservar a filha de Lula. "Eu não participei desse acordo. E se houver a denúncia, a investigação tem que se dar", defendeu.
Depois das palavras de Dias, Heráclito endureceu o discurso. "Não que tenha havido acordo. O que houve foram ponderações. Sempre se disse que a CPI tinha interesse certo. O mesmo foco que temia ser alvo [o governo] passou a atirar nos outros."
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