Viana critica envolvimento de Lula na discussão sobre sucessor de Renan

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), criticou nesta quinta-feira o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao senador José Sarney (PMDB-AP) para o comando da Casa Legislativa --que teria sido revelado durante reunião com parlamentares do PMDB na noite desta quarta-feira. Segundo Viana, a sucessão no comando do Senado é um assunto que "compete exclusivamente" ao PMDB.

"A mim, o presidente Lula deixou claro que não iria se envolver no assunto sucessão do Senado porque ele entendia que essa matéria começava pelo PMDB. Eu acho que a melhor atitude dele é exatamente essa. Manter distância é permitir a autonomia do Senado para tratar de uma questão interna como essa e, ao mesmo tempo, legitimar o direito do PMDB de indicar o seu sucessor", enfatizou Viana.

No encontro com lideranças peemedebistas no Palácio do Planalto, Lula teria feito um apelo para que Sarney lance o seu nome na disputa. O peemedebista nega que esteja disposto a concorrer para a presidência da Casa, mas a Folha Online apurou que Sarney não descarta entrar na disputa se seu nome garantir a unidade da bancada.

Oficialmente, os peemedebistas Garibaldi Alves (RN), Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO) já oficializaram suas candidaturas. A oposição não impõe restrições ao nome de Garibaldi, mas já adiantou que não encampará a candidatura de Quintanilha --um dos principais aliados de Renan e Sarney, com fácil articulação junto ao Palácio do Planalto.

CPMF

Viana disse não acreditar que a disputa pelo comando do Senado prejudique a votação da proposta que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. "Por essa razão foi que eu convoquei as lideranças partidárias para, terça-feira, nós nos reunirmos para refletir se há um preparo, se há maturidade na discussão da sucessão. Se houver, eu estarei pronto para proceder com a eleição do sucessor na quarta-feira."

O petista convocou sessão deliberativa (com votações) no plenário esta tarde para colocar a CPMF em votação. Mas admite que, dificilmente, a matéria será analisada esta semana.

"A Mesa está pronta. Agora nós vamos depender do entendimento dos senhores líderes para ver se há quórum suficiente para assegurar a votação. O plenário vai precisar de, no mínimo, 41 senadores, porque o assunto é proposta de emenda à Constituição", disse.

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