Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/08/2002 - 16h25

Sabatina Alckmin: íntegra da 2ª parte das perguntas de jornalistas

da Folha Online

Leia abaixo a segunda parte da íntegra da sabatina com o governador e candidato a reeleição em São Paulo, Geraldo Alckmin. O evento faz parte do ciclo "Candidatos na Folha", que está ouvindo presidenciáveis e candidatos ao governo de São Paulo.

Nessa parte, Alckmin segue respondendo a questões formuladas por Fernando Canzian, secretário de Redação da Folha, Fernando de Barros e Silva, editor de Brasil, Nilson de Oliveira, editor de Cotidiano, e pelo editor do Painel, Rogério Gentile.

O tema desta parte da sabatina foi a segurança pública e a criminalidade no Estado.

Nilson de Oliveira: Governador, vamos falar de segurança pública, que é um dos temas chaves dessa campanha. O governo do PSDB, nesses 8 anos, investiu em média 2 bilhões ao ano em segurança. Em 98, num programa de governo do senhor para um segundo mandato, uma das promessas era reduzir a criminalidade, os índices de criminalidade à metade da taxa registrada naquele ano, 98. Bom, nós estamos em 2002, véspera de uma eleição, as taxas de criminalidade atuais superam a daquele período. É... os índices de, que a gente, que a própria polícia divulga, taxa de prisão de supostos envolvidos em crimes, nós tivemos uma redução nesse primeiro semestre, nesse primeiro, pelo menos no primeiro trimestre deste ano.Eu pergunto ao senhor: em que foi que vocês erraram nesse período?
Geraldo Alckmin: Durante toda a década de 90, Nilson, você teve um aumento dos índices de criminalidade. Esse problema da segurança é um problema mundial. Você tem na Ásia, na Europa, nos Estados Unidos, especialmente na América Latina, você teve realmente um aumento dos índices. São Paulo é a segunda metrópole do mundo, segunda região metropolitana do mundo, com enormes desigualdades de natureza social. Com péssima urbanização, você tem todos os fatores aí de criminalidade presentes. O governo está trabalhando. Essa curva que vinha crescendo, parou de crescer e começa a cair. Se você analisar esse primeiro semestre, nós estamos tendo uma queda de homicídios, aqui na capital, de 10%. No estado de São Paulo, mais de 8% de queda, comparando janeiro a julho deste ano com janeiro a julho do ano passado. Então uma queda significativa no número de homicídios. Queda de roubo e furto de carro, a ponto das seguradoras começarem a reduzir o seguro para os veículos, seqüestro, que é o crime que mais nos preocupa, ele cresceu no final do ano, então se nós compararmos o primeiro semestre deste ano com o primeiro semestre do ano passado há um aumento. Mas se verificarmos a curva dos últimos meses é da queda.
Nilson de Oliveira: Governador, desculpa, eu estou com os dados aqui que são divulgados no site da Secretaria de Segurança Pública.
Geraldo Alckmin: Então leia os dados.
Nilson de Oliveira: Não é isso aí que tem aqui não. Vamos lá, homicídio, primeiro trimestre de 2001, segundo trimestre de 2001, temos homicídio...
Geraldo Alckmin: Estamos em agosto, por que você está no primeiro semestre?
Nilson de Oliveira: Só se o senhor tiver isso, o público não conhece as informações.
Geraldo Alckmin: Deve estar no site da secretaria.
Fernando Canzian: Inclusive a gente tem tido dificuldade, gostaria de registrar publicamente, em obter dados de índice de criminalidade no Estado de São Paulo. São dados defasados com que a imprensa trabalha. Se o senhor tem os dados atualizados, gostaria o que senhor disponibilizasse.
Geraldo Alckmin: Primeiro semestre de 2001 e primeiro semestre de 2002. Nós tivemos uma queda de homicídio doloso de 7,7%. No Estado de São Paulo, na capital caiu 10,4. Roubo de veículo caiu 12,2%, e já tinha caído no ano passado. Furto de veículo, caiu 5,8%, tudo em termos de Estado. E é interessante...
Nilson de Oliveira: No total de roubos no Estado não houve queda.
Geraldo Alckmin: Total de roubo no Estado caiu 0,6%, total de furto aumentou 1,9%. Então, não é que eu esteja satisfeito, não, Nilson, o que eu quero colocar é o seguinte: primeiro, a polícia está trabalhando 24 horas por dia, 7 dias por semana, estouro de cativeiro, megablitz, barreira policial, polícia integrada.
Nilson de Oliveira: Tudo isso e as prisões, o número de prisões, estão sendo reduzidas.
Geraldo Alckmin: Não é verdade. Nós passamos de 107 mil presos. Na data de ontem nós tínhamos mais de 107 mil presos. O Brasil tem 240 mil presos. Está em São Paulo 40% da população carcerária brasileira. Nós temos 23% da população brasileira.
Nilson de Oliveira: Governador, desculpa.
Geraldo Alckmin: 107 mil.
Nilson de Oliveira: Deixa eu pegar aqui esse dado... o primeiro trimestre desse ano, em relação ao ano passado, há uma queda de 25,6% (nas prisões). A polícia de São Paulo, no Estado, neste ano, de janeiro a março, prendeu 22.588 pessoas.
Geraldo Alckmin: Não, uma coisa é, veja bem, há uma diferença aqui. Quando eu digo que tem 107 mil presos é que prendeu e ficou preso, porque prender nós prendemos isso, prende-se mais de 10 mil por mês.
Nilson de Oliveira: Está prendendo menos. A ação preventiva do crime, evitar toda essa (criminalidade). Quer dizer, ter uma polícia atuante na rua não está tão atuante pelo visto. Se nós temos, ao mesmo tempo, as taxas de criminalidade, em níveis altíssimos...
Geraldo Alckmin: Vou lhe dar um dado, na virada do ano tínhamos em torno de 99 mil presos, se nós temos 107 mil presos hoje, aumentou 8 mil presos em praticamente menos de 8 meses. O mês de agosto não acabou. Isso é mais de mil presos, não, está aumentando.(...) Veja bem, mil presos a mais por mês significa você ter que fazer uma prisão a cada 20 dias.
Fernando Canzian: Senhores, por favor um pouco de silêncio senão fica difícil aqui, por favor.
Geraldo Alckmin: O que eu acho mais importante, Nilson, do que o número de presos é quem você prendeu. Na região de Campinas praticamente zero o seqüestro, porque todas as quadrilhas foram presas. Quadrilha do Andino. São Paulo não tem hoje um bandido de nome conhecido que não esteja atrás das grades.
Rogério Gentile: O senhor considera que foi cumprida a promessa de reduzir a criminalidade pela metade?
Geraldo Alckmin: Não foi cumprida, por isso eu tenho cautela com questão de números. Tenho cautela com questão de números, acho que não foi cumprido. Agora começou a reduzir e nós estamos trabalhando para que se chegue nesse número. Para reduzir mais. A polícia está mais integrada, mais equipada, nós estamos chegando a 126 mil policiais no Estado de São Paulo. 126 mil. A Polícia Militar, quando o Mário Covas entrou, tinha 72.900, hoje tem mais de 86 mil policiais, contratamos agora, há 15 dias, mais 4.000 guardas de muralhas para liberar mais 4.000 policiais militares, 6.000 jovens, rapazes e moças, soldado temporário.

Leia a íntegra da sabatina com Geraldo Alckmin:
  • 3° Parte- Pergunta Jornalistas

  • 1° Parte- Perguntas Platéia

  • 2° Parte- Perguntas Platéia

  • 3° Parte- Perguntas Platéia e Encerramento


  • Veja também o especial Eleições 2002
     

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade