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23/01/2008 - 22h59

Em apoio a Requião, PMDB do PR ameaça juiz com dossiê

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DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha, em Curitiba

O PMDB do Paraná anunciou que vai usar um "dossiê" contra o juiz federal Edgard Lippmann Júnior, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em Porto Alegre. A informação foi divulgada hoje em ato de apoio ao governador Roberto Requião, proibido pelo juiz de usar a TV Educativa do Estado para atacar desafetos. Requião afirma que está sendo vítima de "censura prévia" por parte do juiz.

"É importante que a população saiba quem é o juiz que está atacando o governador", disse o presidente do diretório municipal do PMDB, Doático Santos. Questionado sobre o conteúdo das denúncias que o partido afirma ter reunido, Santos não quis detalhar.

Ele afirmou, porém, que as informações indicam que a conduta do juiz em outros processos seria "muito pesada" e "demonstram a ligação com setores que usam de métodos nada justificáveis".

O conteúdo do dossiê seria apresentado durante o ato de desagravo a Requião na sede do PMDB, em Curitiba, mas a direção recuou e decidiu repassar a tarefa a "aliados no movimento social" --sindicalistas, associações de moradores e entidades estudantis. A mudança nos planos, segundo o partido, ocorreu para não "ofuscar" a reunião de apoio a Requião.

Lippmann Júnior, de acordo com a assessoria do TRF, não iria se pronunciar sobre o suposto dossiê.

Além da divulgação do eventual dossiê, a campanha contra Lippmann Júnior deve se espalhar pelo Paraná. Serão promovidos debates e abaixo-assinados nos diretórios municipais e prefeituras aliadas.

"Vamos explorar esse exagero de impedir a transmissão por canal privado", afirmou Santos, em referência à proibição do juiz se estender a Rede Mercosul Canal 21, de propriedade do secretário especial de Governo, Luiz Mussi.

Além de proibir Requião de usar a TV Educativa para uso político e de criticar políticos adversários, imprensa, juízes e membros do Ministério Público, Lippmann Júnior também multou o governador em R$ 50 mil. A multa teve origem quando Requião, já ciente da ordem para parar os ataques na estatal, colocou no ar, na semana passada, um carimbo de "censurado" em sua própria imagem, como forma de protesto.

Ontem, Requião cumpriu ordem judicial de divulgar na TV Educativa a cada 15 minutos uma nota de desagravo a Lippmann Júnior assinada pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), mas apresentou também sua defesa em outro comunicado.

Em novo protesto, o governador tirou a programação da emissora do ar, o que desagradou a advogada Jozélia Broliani e fez com que ela se demitisse do cargo de procuradora-geral do Estado. A programação normal da emissora foi retomada na madrugada de hoje.

 

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