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Para presidente de associação de juízes, Lula e presidente do TSE estão errados
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Walter Nunes, criticou nesta sexta-feira a virtual crise entre os Poderes Judiciário e Executivo provocada pelo embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Marco Aurélio Mello, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Nunes disse à Folha Online que Lula agiu de forma inadequada ao afirmar que o Judiciário não deve "mete o nariz" no Executivo, enquanto Mello não deveria se manifestar sobre assuntos que tramitam na Justiça.
"Eu achei as palavras do presidente Lula muito ácidas e inadequadas, especialmente porque ele se reportou ao Judiciário. Nas democracias modernas, o Judiciário é o órgão de controle dos atos de todos, inclusive do Legislativo e Executivo", afirmou.
Segundo Nunes, o presidente deveria usar sua "sensibilidade" ao direcionar críticas a dirigentes de outros Poderes. "Ainda que critique, ele tem que saber que os Poderes constitucionais merecem respeito."
O embate entre Lula e Mello teve início depois que o presidente do TSE criticou a criação do programa Territórios da Cidadania, lançado pelo governo federal nesta semana, em ano de eleições municipais. O programa vai destinar R$ 11,3 bilhões para 958 municípios do país.
Em discurso nesta quinta-feira, Lula afirmou que "seria tão bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele". "Iríamos criar a harmonia que está prevista na Constituição para que democracia seja garantida. [...] O governo não se mete no Legislativo e não se mete no Judiciário. Se cada um ficar no seu galho, o Brasil tem chance de ir em frente", afirmou.
Crítica
Na opinião de Nunes, o presidente do TSE também deveria ter evitado criticar o programa federal porque o lançamento do Territórios da Cidadania foi questionado na Justiça por partidos de oposição. "Que cabe ao Judiciário examinar isso, cabe. Mas nenhum juiz deve antecipar em pronunciamentos o seu pensamento. Ele não pode dizer o que acha de um programa que está judicializado", afirmou.
Em resposta às declarações de Lula, Mello disse à Folha Online que estranhou a "acidez" das colocações do presidente. "Eu relevo porque o presidente estava num ambiente político. Mas eu, Marco Aurélio Mello, como ministro, não atuo em ambiente político", afirmou ao descartar qualquer pretensão de disputar cargos eleitorais nos próximos anos.
"Da minha parte, não almejo nenhum cargo político, como penso que ele também não almeja cadeira no Judiciário. O presidente não precisa se preocupar", ironizou.
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