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10/03/2008 - 15h34

Mulheres da Via Campesina realizam protestos em 16 Estados e no DF

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da Folha Online

Mulheres da Via Campesina realizaram manifestações, protestos e ocupações em 16 Estados e no Distrito Federal contra o agronegócio e em defesa da reforma agrária desde o começo da semana passada, em homenagem ao Dia das Mulheres, comemorado em 8 de março.

Até a última sexta-feira, as manifestantes realizaram protestos em São Paulo (contra a empresa Monsanto), Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro (contra a Syngenta), Rio Grande do Sul (contra a Stora Enso), Pernambuco (contra monocultura da cana), Rondônia, Mato Grosso, Alagoas, Rio Grande do Norte e Pará (com pautas estaduais).

No sábado, cerca 900 trabalhadoras realizaram um protesto em frente às instalações da carvoaria industrial da Vale para denunciar que a queima de eucalipto plantado na área está causando problemas respiratórios nos trabalhadores do assentamento Califórnia, no município de Açailândia (MA).

No Mato Grosso do Sul, 300 sem-terra, em sua maioria mulheres, realizaram um protesto, no mesmo dia, em frente à transnacional Cargill, na cidade de Dourados, e pararam a fábrica por algumas horas para protestar contra o avanço do agronegócio, que penaliza o trabalho de camponeses.

No Ceará, mais de 600 mulheres da Via Campesina realizaram ato no sábado no município de Madalena, e depois fecharam por duas horas a BR-020. Durante o ato, as mulheres entregaram manifesto contra as empresas transnacionais e contra a transposição do rio São Francisco.

Na região oeste de Santa Catarina, em Xanxerê, cerca de 700 mulheres fecharam no mesmo dia o acesso à Agroeste, empresa de sementes de milho comprada pela transnacional americana Monsanto. Depois, fecharam por meia hora o trevo da BR-282, que dá acesso a Xanxerê e outros municípios, e fizeram uma caminhada pelo centro da cidade.

Na Bahia, cerca de 3.000 trabalhadores rurais ocuparam hoje a Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, no CAB (Centro Administrativo da Bahia), para cobrar o cumprimento da pauta de reivindicações do movimento, que foi entregue ao governo no ano passado.

Vale

Cerca de 1.000 mulheres da Via Campesina de Minas Gerais e Espírito Santo ocuparam na manhã de hoje, segundo o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), os trilhos de uma das principais ferrovias da mineradora Vale, que corta o município de Resplendor (MG).

Segundo a Polícia Militar, são cerca de 600 os manifestantes no local. O MST afirmou que o objetivo da manifestação é denunciar que a construção da barragem de Aimorés, pela Vale e Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), inviabiliza o sistema de esgoto da cidade.

Segundo o movimento, a Vale é uma das principais responsáveis pela destruição do meio ambiente em Minas e pela concentração de terras, por meio do plantio de eucalipto em larga escala.

Em nota divulgada hoje, a Vale repudia a manifestação e afirma que a EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas) teve sua operação paralisada, além de os manifestantes terem arrancado placas de sinalização da ferrovia e jogado pneus sobre a linha.

A Vale informa que, com a paralisação dos serviços, cerca de 300 mil toneladas de minério de ferro deixarão de ser transportadas por dia pela ferrovia, que tem 905 km de extensão e corta 51 municípios nos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

"Esta invasão também ocasiona a paralisação do transporte de passageiros. Diariamente, cerca de 2,5 mil pessoas são atendidas por dois trens que partem de Vitória e Belo Horizonte, podendo chegar a 3 mil pessoas em períodos de pico, como os meses de janeiro e julho. O trem de passageiros passa por 29 municípios."

Na nota, a empresa informa ainda que tomará medidas para preservar suas instalações, a segurança de suas operações e de seus empregados, pois cabe aos governos estadual e federal a condução do processo de negociação com os manifestantes.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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