Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/04/2008 - 08h40

Em ação violenta, alunos tomam 5 andares da UnB

Publicidade

JOHANNA NUBLAT
LUCAS FERRAZ
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Cerca de 600 estudantes invadiram ontem os cinco andares do prédio da reitoria da UnB (Universidade de Brasília). Houve troca de socos, chutes, pontapés e puxões de cabelo entre os invasores e os 20 seguranças da instituição que tentaram impedir a entrada. Um estudante chegou a jogar uma cadeira sobre seguranças.

Na quinta-feira, um grupo de estudantes já havia invadido o gabinete do reitor, Timothy Mulholland, no quinto andar.

A Justiça já determinou a reintegração de posse que, segundo a Polícia Federal, será cumprida de maneira pacífica. Diante da confusão de ontem, novo acordo será tentado hoje com estudantes. Ontem à tarde, os alunos decidiram não resistir se a PF decidir retirá-los.

Ontem, ao menos cinco funcionários ficaram feridos, segundo a UnB. Os estudantes também afirmaram que alunos ficaram machucados.

Segundo estimativa da reportagem, havia cerca de 600 estudantes no local. O movimento falava em até 1.300 pessoas. A segurança da UnB não soube dizer a quantidade, e a PM não estava presente.

A invasão de ontem, a segunda em quatro dias, aconteceu após uma assembléia-geral em que os estudantes decidiram manter e ampliar o controle do prédio, tomando os cinco andares. Na reunião, ficou decidido que eles só desocupariam a reitoria após a saída do reitor e de seu vice, Edgar Mamya, além de outras reivindicações.

Mulholland foi envolvido em investigação do Ministério Público do Distrito Federal, que apontou a compra de móveis de luxo para o apartamento funcional que ele usava no total de R$ 470 mil e de um carro de R$ 72 mil. Segundo o Ministério Público, o dinheiro deveria ter sido investido em pesquisa.

Contrariando o discurso de movimento pacífico desenvolvido na semana passada, os alunos partiram para cima dos seguranças, que tentaram por dez minutos evitar a invasão. Acabaram liberando a rampa.

"Pode até haver discordância do método que foi utilizado [para a invasão], mas estamos tendo cuidado para não quebrar nada", disse Luiza Oliveira, coordenadora-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e umas das líderes.

A Folha percorreu os cinco andares da reitoria e não constatou depredação de salas. O dia prometia ser tenso desde a manhã. Por volta das 11h, o assessor político de Mulholland, professor Wilton Barroso, foi cercado e vaiado por alunos ao criticar o movimento, que ele chamou de "farsa".

Nem todos os presentes à assembléia, porém, apoiavam a invasão. "Fica parecendo baderna", disse Mariana Penha, estudante de ciências políticas.

A UnB cortou novamente a água e a luz da reitoria. Em nota, a reitoria diz que está fazendo esforços para "resolver o impasse de forma pacífica".

Ex-reitor da UnB, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que já havia defendido Mulholland, fez ontem um apelo para que o reitor se licencie do cargo como forma de convencer os estudantes a deixarem o prédio e de evitar um confronto.

Mulholland pode ter que depor na CPI dos Cartões. O deputado Silvio Costa (PMN-PE) disse que vai apresentar requerimento nesse sentido. Como o requerimento é da base aliada, há chance de ser aprovado.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página