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Vale diz que ocupação de ferrovia é sabotagem do MST
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LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
A Vale afirmou nesta quarta-feira que houve tentativa de sabotagem na ocupação de garimpeiros a Estrada de Ferro Carajás, em Paraupebas (PA). A companhia acusou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de ter orquestrado a ação, que a Vale classificou como a mais grave invasão em suas propriedades. Esta é a 11ª invasão do MST a propriedades da Vale em 13 meses, segundo a companhia.
A ferrovia Carajás continua interditada e deve ser liberada entre 19h e 20h desta quarta-feira apenas para trens de carga, segundo a Vale.
O diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Vale, Walter Cover, cobrou ainda uma força policial fornecida pelo governo do Pará para impedir a ocupação de garimpeiros nas ferrovias da companhia no Estado. "Não queremos que as desocupações sejam violentas, mas queríamos que a polícia agisse mais rápido. Sempre tivemos no setor jurídico a certeza de que essas invasões eram ilegais, com liminares. Com a polícia, ficamos lançados à própria sorte", disse.
Segundo Cover, a invasão de terça-feira do grupo de garimpeiros mostra que as ações do MST em ferrovias da Vale estão "cada vez mais organizadas e menos improvisadas". Segundo a Vale, em um trecho de 300 metros de ferrovia, o grupo retirou 1.200 grampos que fixam os trilhos, utilizaram um macaco hidráulico para levantar os trilhos, atearam fogo em pneus e cortaram cabos de fibra ótima que passam pela ferrovia, interrompendo a comunicação por celular.
"São atos gravíssimos de sabotagem com logística profissionalizada", afirmou Cover.
A ferrovia foi interditada para evitar acidentes com trens de carga e passageiros que passam pela via. "A probabilidade de um trem passar por ali e tombar ou descarrilar é muito alta", disse o diretor de logística da Vale Zenaldo Oliveira, que fica sediado no Maranhão.
Pela ferrovia passam trens de passageiros com cerca de 1.300 pessoas de 23 municípios do Pará e do Maranhão que dependem principalmente dos trens da Vale para se locomover, segundo a companhia.
Já os trens de carga que também passam pela ferrovia deixaram de transportar cerca de 300 mil toneladas de minério com a paralisação, conforme cálculos da Vale.
A Secretaria Estadual de Segurança do Pará afirmou que sempre envia policiais militares a trechos de ferrovias da Vale sob invasão e que nunca foi omissa a pedidos judiciais. Nesta quarta-feira, aproximadamente 100 policiais militares estão no local, segundo o órgão.
Até as 19h20 desta quarta-feira, a Folha Online não conseguiu falar com o MST.
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Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
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Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
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