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14/05/2008 - 19h21

Vale diz que ocupação de ferrovia é sabotagem do MST

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LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio

A Vale afirmou nesta quarta-feira que houve tentativa de sabotagem na ocupação de garimpeiros a Estrada de Ferro Carajás, em Paraupebas (PA). A companhia acusou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) de ter orquestrado a ação, que a Vale classificou como a mais grave invasão em suas propriedades. Esta é a 11ª invasão do MST a propriedades da Vale em 13 meses, segundo a companhia.

A ferrovia Carajás continua interditada e deve ser liberada entre 19h e 20h desta quarta-feira apenas para trens de carga, segundo a Vale.

O diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Vale, Walter Cover, cobrou ainda uma força policial fornecida pelo governo do Pará para impedir a ocupação de garimpeiros nas ferrovias da companhia no Estado. "Não queremos que as desocupações sejam violentas, mas queríamos que a polícia agisse mais rápido. Sempre tivemos no setor jurídico a certeza de que essas invasões eram ilegais, com liminares. Com a polícia, ficamos lançados à própria sorte", disse.

Segundo Cover, a invasão de terça-feira do grupo de garimpeiros mostra que as ações do MST em ferrovias da Vale estão "cada vez mais organizadas e menos improvisadas". Segundo a Vale, em um trecho de 300 metros de ferrovia, o grupo retirou 1.200 grampos que fixam os trilhos, utilizaram um macaco hidráulico para levantar os trilhos, atearam fogo em pneus e cortaram cabos de fibra ótima que passam pela ferrovia, interrompendo a comunicação por celular.

"São atos gravíssimos de sabotagem com logística profissionalizada", afirmou Cover.

A ferrovia foi interditada para evitar acidentes com trens de carga e passageiros que passam pela via. "A probabilidade de um trem passar por ali e tombar ou descarrilar é muito alta", disse o diretor de logística da Vale Zenaldo Oliveira, que fica sediado no Maranhão.

Pela ferrovia passam trens de passageiros com cerca de 1.300 pessoas de 23 municípios do Pará e do Maranhão que dependem principalmente dos trens da Vale para se locomover, segundo a companhia.

Já os trens de carga que também passam pela ferrovia deixaram de transportar cerca de 300 mil toneladas de minério com a paralisação, conforme cálculos da Vale.

A Secretaria Estadual de Segurança do Pará afirmou que sempre envia policiais militares a trechos de ferrovias da Vale sob invasão e que nunca foi omissa a pedidos judiciais. Nesta quarta-feira, aproximadamente 100 policiais militares estão no local, segundo o órgão.

Até as 19h20 desta quarta-feira, a Folha Online não conseguiu falar com o MST.

Comentários dos leitores
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 18h28
Sr Mauricio de Andrade.
Má distribuição de riquezas e terras são problemas, mas não são mais graves do que o nosso sistema educacional público. Este sim, nosso maior problema, que perpetua o ciclo vicioso da concentração de riquezas. Resolva-se o problema da educação e eliminamos o problema da miséria. Educação dá discernimento, cidadania, melhora a qualidade na escolha de políticos e multiplica as chances de inclusão social e econômica. É a solução mais eficaz e qualquer estatística sobre índices de desenvolvimento humano mostram isso, e isso independe do sujeito pertencer ao campo ou a cidade.
sem opinião
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Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Marcelo Takara (65) 01/02/2010 17h43
Acho que não me fiz entender direito.Valoriza-se mais as posses materiais do que a formação educacional. A agricultura familiar mudou muito, comparada àquela que se praticava décadas atrás. Sou de origem japonesa, meus avós foram agricultores, meu pai foi agricultor e migrou para cidade, onde conseguiu montar um comércio, graças a algumas boa colheitas. Detalhe: meu pai nunca foi proprietário de terras, sempre arrendou. Tenho alguns tios que continuaram na agricultura, no cultivo de hortaliças, e eles somente conseguem se manter porque se adaptaram, do contrário é difícil manter os custos. Atualmente, mesmo para tocar uma pequena propriedade, é necessário conhecimento técnico e qualificação para manejo sustentável, rotação de culturas, uso correto de fertilizantes e recuperação de solo. Ou seja eis a necessidade da QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A má distribuição de riquezas é consequência funesta da incapacidade de nossos governantes em dar uma educação digna à toda população, daí o fato de haver o exército de desempregados nos grandes centros urbanos. Igualmente continuarão a levar uma vida miserável mesmo na posse de uma terra, se não houver capacitação técnica. Por outro lado, tem surgido muitas vagas de empregos em muitas cidades pequenas e médias do interior do Brasil, que não são preenchidas por falta de formação educacional. A distribuição de terras pode até ser uma solução para o campo, mas não é a única. A melhor solução é de longo prazo e é EDUCAÇÃO. sem opinião
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Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
Tiago Garcia (41) 01/02/2010 11h04
A lei é para todos sem exceção.
Se a Cutrale grilou ou não fazenda a justiça que resolve, não o MST que eu nunca votei nem autorizei a fazer valer a vontade da lei. MST não tem legitimidade para isso.
A anos atrás quando eu estudei o MST seu principal argumento para invasões sempre era os grandes latifúndios improdutivos, terras paradas nas mãos da especulação. O que aconteceu com essa justificativa do MST?
2 opiniões
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