Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/05/2008 - 20h10

Oposição promete barrar recriação da CPMF no Senado

Publicidade

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A oposição promete barrar a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Congresso se a base aliada do governo apresentá-la como alternativa para compensar a chamada emenda 29 (que amplia a destinação de receitas para a saúde). Líderes do DEM e PSDB afirmaram que a proposta não tem chances de ser aprovada no Senado, uma vez que a Casa Legislativa foi responsável por derrotar a prorrogação da CPMF no final de 2007.

"A CPMF não passa no Senado porque não é necessária. Não podemos colaborar para o aumento da carga tributária. É só o governo não gastar com bobagens, mas com saúde. O governo diz que não tem dinheiro para a saúde, mas tem dinheiro para tudo mais. É cortar gastos e parar com esse jogo", reagiu o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.

O senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, considerou "estranho" que o governo tenha discutido a recriação da CPMF justamente às vésperas da emenda 29 entrar na pauta de votações da Câmara. "O que o governo quer é embaralhar a aprovação da emenda 29, não quer ver mais dinheiro para a saúde. Dinheiro, tem", afirmou.

Na opinião de Agripino, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de deixar para o Congresso Nacional a discussão da nova CPMF tem como objetivo "tirar do seu colo" um assunto que não tem o apoio da população. "O governo, quando é matéria polêmica, cai fora e deixa para o Congresso e quer que a base aliada assuma responsabilidade. Por que só agora, quando a emenda 29 está na Câmara, chega a idéia de aumentar impostos sobre bebidas, cigarros e recriar a CPMF?", questionou.

Durante reunião de coordenação política nesta segunda-feira, Lula determinou que a discussão sobre a proposta de recriar a CPMF seja tratada exclusivamente pelo Congresso, sem interferência clara do governo. A idéia de recriar a CPMF inclui mudanças no valor da alíquota. Em vez dos antigos 0,38%, a nova cobrança teria uma alíquota de 0,08%. Outra idéia do governo é aumentar a tributação sobre cigarros e bebidas para financiar a saúde, mas os recursos não seriam suficientes para compensar a emenda 29.

A emenda que amplia os recursos para a saúde está prevista para entrar na pauta de votações da Câmara na semana que vem. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que vai apenas cumprir a promessa firmada com os líderes partidários de colocar a matéria em votação, sem discutir o mérito da emenda.

Chinaglia responsabilizou o Senado, no entanto, pela aprovação de projetos que aumentam as despesas do governo sem determinar as fontes necessárias para compensá-los. Além da emenda 29, os senadores aprovaram o fim do fator previdenciário e a concessão de reajuste igual ao salário mínimo para aposentados e pensionistas.

"Talvez o Senado devesse responder de onde vai se tirar esse dinheiro. O Orçamento, você tem que tirar de uma área e colocar em outra. O grande debate vai se dar se o aumento de arrecadação, que é real, é suficiente para dar conta de todas as necessidades", afirmou.

Outro lado

Na defesa de uma alternativa para compensar a emenda 29, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que o Congresso deve assegurar uma fonte "estável" para o aumento dos recursos para a saúde. Os governistas evitam defender explicitamente o retorno da CPMF, embora muitos sejam favoráveis ao seu retorno nos bastidores. Oficialmente, a base aliada apresenta o argumento de que o Legislativo precisa encontrar mecanismos que cubram as despesas do governo com a nova emenda.

"A lei complementar à emenda 29 precisa de uma fonte estável, senão vamos depender da boa vontade do governante A ou B de colocar recursos para saúde aos seus olhos, e não à necessidade de olhos do setor. Portanto, discutir uma fonte estável como está posto agora no parlamento é absolutamente legítimo e temos que ter maturidade para dar melhor resposta", defendeu.

Na opinião de Viana, "o parlamento é responsável por assegurar, quando uma aprova lei, uma fonte estável para dar cobertura" a ela. "Esse debate vai ser travado de maneira muito saudável", afirmou.

Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Eduardo Giorgini (488) 27/01/2010 11h27
Fim da estabilidade de servidores públicos seria uma saída respeitosa ao gargalo de crescimentoe diminuição de gastos.
Herança do Brasil colonial, serviço público fica refem de sindicatos que defendem, obviamente, somente aumentos de salarios e regalias e estão nem ai para a sociedade privada, que os sustentam.
Mas se pensar, precisamos de uma reforma generalizada, ou seja, um "Nascer de novo" que o torna totalmente inviavel.
Complicado a situação do Brasil.
[]s
Eduardo.
sem opinião
avalie fechar
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
Pedro Carvalho (2) 28/09/2009 13h40
É errado fazer essa divisão de quem merece mais ou quem merece menos, pois, a princípio, todos os partidos são iguais. No entanto, nós sabemos disso, que, se o DEM ou o PSDB estivesse no poder, ele também iriam fazer a mesma coisa. Isso sempre existirá nessa política pobre que é a brasileira. 1 opinião
avalie fechar
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
Hilton Leonel (6) 08/09/2009 18h15
VIVA O PMDB: ESTÁ SEMPRE PRONTO PARA PREJUDICAR O POVO. QUE SAUDADE DE ULISSES
GUIMARÃES. O povo Brasileiro não aguenta mais.
sem opinião
avalie fechar
Comente esta reportagem Veja todos os comentários (6950)
Termos e condições
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página