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Chinaglia ameaça descontar salário de deputados "faltosos"
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Depois de um dia de corredores vazios, um pequeno grupo de deputados atendeu ao chamado do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para a retomada dos trabalhos nesta segunda-feira após o recesso parlamentar de julho. Chinaglia convocou sessão deliberativa (com votações) para as 18h, mas o quórum mínimo necessário de 257 deputados para o início das votações só foi atingido quase duas horas depois do início da sessão.
O próprio presidente da Câmara só apareceu no Congresso mais de uma hora depois do prazo marcado para o início da sessão. A oposição chegou a pedir verificação do número de deputados presentes na sessão, mas constatou que efetivamente havia a metade dos deputados no plenário para o início das votações.
Mesmo com o quórum mínimo, Chinaglia adiou as votações para amanhã --uma vez que vai definir a pauta com os líderes partidários antes de colocar as matérias sob análise do plenário.
Chinaglia prometeu descontar os salários dos parlamentares ausentes nesta segunda-feira --como havia afirmado em telegrama enviado aos deputados. "Claro que vai [ter corte de ponto]. Tem regras que devem ser seguidas", disse. Durante o recesso, o presidente da Câmara enviou telegramas aos demais 512 deputados com a convocação para o início das votações nesta segunda-feira sob a ameaça de corte de parte dos salários para os ausentes.
Chinaglia evitou adiantar como será o cronograma de votações na Câmara até outubro, uma vez que o Congresso vai entrar numa espécie de "recesso branco" em conseqüência das eleições municipais de outubro. "Primeiro temos que definir a pauta de votações, depois quantas semanas de trabalho serão. Vamos construir um acordo coma base aliada em conteúdo, não em prazos. Não é real imaginar que os deputados e senadores não vão se envolver nas eleições", afirmou.
O presidente da Câmara admitiu que terá dificuldades na retomada dos trabalhos uma vez que três medidas provisórias trancam a pauta de votações. "Temos que começar votando o que dá para votar."
Impasse
A oposição não está disposta a fechar acordo para destrancar a pauta de votações da Câmara. DEM e PSDB ficaram irritados com a edição de medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na semana passada, que concede status de ministério à Secretaria da Pesca --uma vez que o texto também cria 295 cargos comissionados na administração federal.
O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), disse que a MP "prejudicou o ambiente político" na Casa para a retomada dos trabalhos. "Parece uma provocação. A repercussão dessa medida na Câmara não foi boa. Se a gente tivesse um bom ambiente, poderíamos trabalhar em agosto e setembro, todo mundo voltaria para cá. Mas com essa pauta, não dá para ser otimista", disse o tucano.
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