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07/08/2008 - 18h25

Militares desistem de divulgar nomes do governo ligados à luta armada

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ANDRÉ ZAHAR
colaboração para a Folha Online, no Rio

Os militares desistiram de divulgar uma relação de mandatários do governo federal que tiveram ligação com a luta armada no regime militar, conforme havia sido anunciado à imprensa.

"Não pretendo, por fidelidade ao espírito da Lei de Anistia, citar os nomes dos terroristas que ensangüentaram o nosso país. Todos sabem quem são, muitos ocupando cargos importantes na República, no gozo da anistia de que foram beneficiados", disse o general da reserva Sérgio de Avelar Coutinho, no debate do Clube Militar, no centro do Rio, sobre a revisão da Lei de Anistia.

"Estas pessoas se uniram a organizações terroristas. Não foi nada romântico, foi uma luta para implantar a ditadura do proletariado e posteriormente o socialismo científico", prosseguiu o general, que reclamou da "satanização das Forças Armadas".

O evento teve na platéia o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e o coronel Brilhante Ulstra, acusado de comandar a tortura no DOI-Codi, na ditadura, e alvo de uma ação do Ministério Público. Desconfortável com o assédio de repórteres e fotógrafos durante o evento, Ulstra se limitou a repetir diversas vezes: "Não tenho nada a declarar".

O ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Waldemar Zveiter disse que os torturadores do regime militar não podem ser processados porque o crime de tortura só foi tipificado em 1997, portanto depois da Lei da Anistia, de 1979.

Zveiter criticou a suposta interpretação "equivocada" dos ministros Tarso Genro e Paulo Vanucchi. "Será que desaprenderam o português? Prefiro acreditar nisso do que achar que estão agindo de má-fé", provocou. "O que se pretende é uma imoralidade. Estamos em ano eleitoral, eles estão jogando para a platéia", emendou.

O ex-ministro do STJ também levou a discussão para a esfera política. "Eles são os golpistas de hoje. Tiveram o segundo mandato e agora querem o terceiro. Não vão levar. Não tivemos a sabedoria da Polônia de eleger o metalúrgico uma vez apenas, mas no final do mandato [o presidente Lula] vai sair. Ele e sua turma", assinalou.

O advogado Antonio José Ribas Paiva foi mais enfático e chegou a defender um golpe militar contra supostos agentes transnacionais que controlam o poder no país. "Não é através de poderes político-partidários que vamos resolver isso. Compete a nós restabelecer as instituições e criar um grupo monolítico de poder que garanta a soberania nacional."

 

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